Por: Allan de Oliveira.
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Dez cilindros caíram sobre a Terra. E ao ter visto
as imagens, o narrador-personagem perdera o cabriolé e se escondera num pequeno
morro lamacento (por causa da chuva) até avistar uma cabana para se esconder.
Mas, o local estava fechado e continuou a seguir caminho. Ao encontrar o seu
amigo estalajadeiro num sítio, o homem jazia morto. Então, o narrador retorna à
sua casa, e o temporal passara. Ele vê casas em ruínas, incêndios, e um artilheiro
que passara por ali a chorar e a contar sobre uma batalha travada contra os
marcianos que aniquilaram os seus companheiros.
Na manhã seguinte, resolveram sair da casa. Na
estrada, eles presenciaram a devastação causada pelos invasores do outro mundo,
enquanto um grupo de soldados e pessoas evacuava a área. Mas, momentos depois a
guerra recomeçara.
O narrador-personagem ao notar o pavor dos
viajantes, sugeriu ao soldado nadarem por baixo d’água para não serem vistos
pelos marcianos. Porém, os invasores foram até a água para exterminar as
pessoas que encontravam no rio.
“Mas eles não tinham pressa. Os cilindros
seguiam-se no seu voo interplanetário; todas as vinte e quatro horas recebiam
reforços. Entretanto, as autoridades militares e navais, agora inteiramente
conscientes do tremendo poder dos seus adversários, trabalhavam com uma energia
furiosa”. (WELLS, p. 71)
O narrador-personagem fugiu e encontrou um barco,
preferindo seguir para Londres. Mas, ele queria ir antes a Leatherhead. Chegado
a uma margem, adormecera e após acordar encontrara um padre meio enlouquecido
que não conseguia compreender a situação. Os dois foram a Londres onde
encontraram o irmão do narrador-personagem que não sabia do ocorrido, bem como
a maioria dos londrinos, porque esses não liam os jornais de domingo, e não
tinham ciência dos acontecimentos.
Nos jornais
noticiavam os marcianos e seus robôs gigantes eram descritos dessa forma: “Soube que eles não eram simplesmente um
punhado de pequenas criaturas lentas, mas sim cérebros que governavam imensos
corpos mecânicos. (...) Eram descritos como “vastas máquinas parecidas com
aranhas, com trinta metros de altura, aproximadamente, capazes da velocidade de
um comboio expresso e de disparar um raio de calor intenso”. (WELLS, p. 82)
Os soldados colocaram minas em terrenos baldios de
Horsell, Woking, e Londres, e avistaram os robôs gigantes em direção ao Rio
Tâmisa. Um dos robôs fora atingido ao passar por uma das minas, mas as outras
minas falharam e também foram destruídas pelos raios dos invasores. Além disso,
alguns soldados morreram, mas os robôs em Woking bateram em retirada. Após
esses acontecimentos as pessoas compravam jornais e comentavam sobre a invasão
marciana.
À noite, policiais gritavam nas ruas para avisar às
pessoas que os marcianos estavam próximos e a cidade de Londres entrara em
pânico. Em um jornal havia o depoimento de um comandante:
“Os marcianos podem disparar enormes nuvens de um
fumo negro e venenoso por intermédio de foguetes. Sufocaram as nossas baterias,
destruíram Richmond, Kingston e Wimbledon, e estão a avançar lentamente em
direção a Londres, destruindo tudo à sua passagem. É impossível detê-los. Não
existe salvação possível do Fumo Negro senão uma fuga imediata”. (WELLS, p. 88)
A guerra recomeçara e um grande massacre ocorrera na
cidade de Esher:
“É preciso que se imagine, tanto quanto se puder, o
destino daquelas baterias nas imediações de Esher, numa espera carregada de
tensão, ao crepúsculo. Não houve nenhuns sobreviventes. Podemos imaginar a sua
expectativa ordenada, os oficiais atentos e vigilantes, os artilheiros prontos,
as munições empilhadas, ao alcance da mão, as carretas das peças com os seus
cavalos e carros, os grupos de espectadores civis tão perto quanto lhes
permitiam, a calma da tarde, as ambulâncias as tendas do hospital, com os
indivíduos queimados e feridos, vindos de Weybridge; em seguida, a ressonância
triste das descargas dos marcianos, e os projéteis que rodopiavam sobre as
árvores e as casas e se esmagavam nos terrenos vizinhos. (...) os homens e os
cavalos viam-se vagamente, a correr, a gritar estridentemente, a cair; gritos
de terror, as armas abandonadas subitamente, os homens caídos no chão, a
retorcer-se, e a rápida expansão do cone opaco de fumo. E, depois, noite e
aniquilamento - nada mais senão uma massa de vapor silenciosa e impenetrável
que ocultava as suas vítimas”. (WELLS, p.
98)
Os londrinos se sentiam ameaçados e partiram em trens:
“(...) a torrente da fuga que se alargou
rapidamente num tumulto fervente em redor das estações de caminho de ferro, que
se transformou numa luta horrível nos locais de embarque do Tamisa, fluindo
velozmente por todos os canais praticáveis para norte e para leste. (...) pelas
duas horas, as pessoas lutavam ferozmente por um lugar em pé nalguma carruagem
(...) disparavam-se revólveres, as pessoas injuriavam-se, e os polícias que tinham
sido enviados para controlar o trânsito, exaustos e enfurecidos, partiam as
cabeças das pessoas que deveriam proteger”. (WELLS, p. 98 e seg.)
O pânico tomava conta das pessoas que além de fugir
em trens, usavam outros veículos como bicicletas e carruagens, ou até mesmo a
pé ou a cavalo. Em algazarra, as pessoas se batiam umas às outras, criando,
assim, um grande tumulto. Vozes diziam: “-
Abram caminho! Abram caminho! Os marcianos aproximam-se!”. (WELLS, p. 108)
“[...] não se tratava de uma marcha disciplinada;
era uma debandada gigantesca e terrível – sem ordem e sem destino; seis milhões
de pessoas desarmadas e sem provisões, caminhando precipitadamente. Era o
princípio da derrota da civilização, do massacre da humanidade”. (WELLS, p. 114)
Com o desespero dos habitantes da Inglaterra e a
sua busca por mudarem de cidade, as casas permaneciam desabitadas e as ruas,
desertas. Essas regiões desabitadas se tornaram alvo de uma espécie de fumo
negro venenoso cuspido pelos gigantescos robôs dos marcianos.
As pessoas que permaneceram trancadas em suas
casas, acabaram morrendo sufocadas. Outras fugiram em barcos e navios partindo
para a França. Um dos robôs gigantescos dos marcianos se aproximara das
embarcações.
“[...] mergulhando cada vez mais na água à medida
que a costa descia. Em seguida, além do Crouch, veio outro, passando por cima
de algumas árvores enfezadas, e mais outro, ainda longe, patinhou através de
uma brilhante planura de lama que parecia suspensa a meia altura entre o mar e
o céu. Avançavam ambos rapidamente em direção ao mar, como se quisessem
interceptar a fuga das numerosas embarcações que estavam a ser ocupadas entre
Foulness e Naze. A despeito dos esforços vibrantes das máquinas do pequeno
vapor de rodas, e da espuma que as rodas deixavam para trás, o barco
afastava-se com uma lentidão medonha daquele avanço ominoso”. (WELLS, p. 119 e seg.)
Com essa situação um navio de guerra surgira para
conter os robôs que estavam no mar e um desses acabou caindo na água.
No momento em que ocorriam esses fatos, o
narrador-personagem estava com um padre num sótão de uma casa
abandonada de Halliford. A casa estava coberta pelo fumo negro que os robôs
gigantescos soltavam por onde passavam, cobrindo casas, árvores, e o próprio
solo.
“Quando olhámos na direção do rio, ficámos atónitos
ao vermos o vermelho que se misturava com o negro das veigas crestadas”. (WELLS, p. 125)
(continua)
Fonte de pesquisa:
Livro A
Guerra dos Mundos |
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