Por: Allan de Oliveira.
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O narrador-personagem e o padre seguiram para várias cidades, encontrando pessoas que
não sabiam dar informações sobre esses acontecimentos e em cidades presenciaram
pilhas de cadáveres e o fumo negro cobrindo tudo. Ao notarem a presença de
marcianos, esconderam-se para depois quando a poeira baixou para depois se
abrigarem em residências desabitadas e procurarem por mantimentos e utensílios.
“Nesse momento viu-se um clarão ofuscante de luz
verde. Todas as coisas que se encontravam na cozinha pareceram claramente
visíveis no verde e na escuridão, e sumiram-se de novo. Em seguida, ouvimos um
estrondo, como eu jamais ouvira ou ouviria. Um momento depois, ouvi um baque
atrás de mim, um ruído produzido pelo estilhaçar de vidros, um estampido e o
estrondo provocado pelo desmoronamento da alvenaria, à nossa volta. A cal do
teto caiu em cima de nós, desfazendo-se numa miríade de fragmentos por sobre as
nossas cabeças. Bati com a cabeça no fogão e fiquei aturdido. Contou-me o cura
que estive inconsciente durante muito tempo. Quando voltei a mim, estava de
novo escuro, e ele, com o rosto molhado - descobri mais tarde que escorria
sangue de um golpe na testa -, borrifava-me com água. Durante alguns momentos,
não fui capaz de recordar o que tinha acontecido. Depois, gradualmente, tudo se
tornou nítido. Uma contusão na testa afirmava-o por si.
(...)
“Ficámos tão silenciosos que mal ouvíamos a respiração
um do outro. Tudo parecia mortalmente imóvel, salvo, em dado momento, qualquer
coisa, um pedaço de estuque ou tijolo, que resvalou junto de nós com um som
atroador. No exterior, muito perto, ouvia-se um ruído metálico intermitente”.
(...)
“A nossa situação era tão estranha e
incompreensível que mal nos mexemos durante três ou quatro horas, até nascer o
dia”. (WELLS, p. 129 e seg.)
O narrador-personagem olhava num buraco da parede a
trituração de pessoas sendo feita pelos robôs gigantes e a casa foi soterrada
por um dos cilindros dos marcianos e o padre acabou sendo ferido. O
narrador-personagem e o padre temendo serem descobertos pelos marcianos,
esconderam-se na cozinha da casa. Nesse local o padre estava meio enlouquecido
e gastava em demasia os suprimentos de comida que brevemente acabariam. Assim,
o narrador-personagem, às vezes, dava umas bofetadas no padre para ele voltar a
si. Porém, a mesma atitude sem noção do padre se sucedeu nos dias seguintes:
“E, enquanto nos debatíamos com o desconhecido,
sussurrávamos discussões obscuras, lutávamos pela comida e pela bebida,
enquanto nos agarrávamos e esbofeteávamos”. (WELLS, p.
144)
Mas, o padre entrara em pânico e: “Descobriu-me um ponto fraco - ameaçou
gritar e atrair os marcianos. Esta ameaça assustou-me durante algum tempo”.
(WELLS, p. 150)
O padre continuou a gritar, enquanto o outro o
segurava.
“Libertou-se da minha mão e tateei o cutelo de
carne que estava pendurado. Segui-o imediatamente. O medo enfurecera-me.
Alcancei-o antes que atravessasse metade da cozinha. Com uma última parcela de
humanidade, peguei pela lâmina e bati-lhe com o cabo. Caiu de cabeça para baixo
e ficou estendido no chão. Tropecei no corpo, arquejante. Continuou imóvel”. (WELLS, p. 151)
Nesse ínterim, um tentáculo metálico aparecera ao ter perfurado um buraco, enquanto o narrador-personagem estava apavorado. Verificou o local e levando carvão e comida.
Após a retirada do tentáculo, o narrador-personagem
sentia sede, tendo de beber a água escura que saia da bomba d’água.
“No décimo quarto dia entrei na cozinha e fiquei
surpreendido ao verificar que a folhagem das plantas vermelhas crescera através
do buraco da parede, transformando a penumbra da sala numa obscuridade de tom
carmesim”. (WELLS, p. 154)
O narrador-personagem passou 14 dias naquele
cativeiro até resolver sair e fugir do local.
“Agora, tudo se resumia num amontoado de alvenaria
em pedaços, argila e cascalho, sobre os quais se multiplicavam multidões de
plantas vermelhas em forma de cactos, à altura do joelho, sem que alguma
solitária planta terrestre lhes disputasse o terreno. À minha volta, as árvores
estavam mortas e acastanhadas, mas para lá de uma rede de filamentos vermelhos
erguiam-se troncos ainda vivos.
Todas as casas vizinhas tinham sido destruídas, mas
nenhuma delas ardera; as paredes mantinham-se, por vezes até ao segundo andar,
mas as janelas estavam despedaçadas e as portas esmigalhadas. As plantas
vermelhas cresciam luxuriantemente nas suas salas destelhadas”. (WELLS, p. 155)
No caminho o narrador-personagem se escondera numa
colina. Encontrou alguns legumes, comendo-os no mesmo instante que os colhia
para saciar a fome sentida. Além de procurar restos de carne em ossos de
animais mortos.
Notara uma vegetação vermelha plantada pelos robôs
de Marte. Mas, essa vegetação não resistiu às bactérias da Terra.
Pelo caminho encontrou esqueletos de cadáveres e
uma estalagem abandonada onde passara noite. Mas, ele desejava muito encontrar
a sua esposa, porém, não tinha esperanças.
No dia seguinte, saiu dessa estalagem e no caminho encontrou
um homem armado que o fez parar. Reconheceu o homem, era o artilheiro que
estava em seu quintal dias atrás. Estava um tanto enlouquecido com ideias
bastante pessimistas, afirmando que a
raça humana e suas conquistas estavam com os dias contados. Após uma longa
conversa foram ao esconderijo do artilheiro, um buraco, onde que futuramente
serviria como uma comunidade subterrânea para os seres humanos sobreviventes. Após
uma refeição acompanhada de champanhe, o artilheiro dormia e o
narrador-personagem preocupado com a esposa, familiares e amigos decidiu seguir
para Londres.
Na estrada que dava para Londres essa estava
repleta de muita poeira negra e vários cadáveres: “Era uma cidade condenada e desamparada”. (WELLS, p. 180)
“Só me lembro de Portman Square - e, assim,
desemboquei finalmente em Regent's Park. E, quando emergi no topo de Baker
Street, vi ao longe, para lá das árvores, recortada na claridade do ocaso, a
carcaça do gigantesco marciano do qual provinha este bramido. Eu não estava
aterrorizado. Aproximei-me dele como se se tratasse de um fato natural. Fitei-o
durante alguns momentos, mas não se moveu. Parecia estar a bramir, imóvel, por
qualquer razão que eu não conseguia descobrir”. (WELLS, p. 182)
Caminhando mais um pouco ele vira mais dois dos
gigantescos robôs marcianos caídos. E logo depois mais outro. Os marcianos
estavam derrotados e a notícia correu pela Inglaterra e por Paris. As pessoas
estavam felizes, retornavam a Londres, e comidas eram distribuídas para as
pessoas.
O narrador-personagem retornara para casa e reencontrara
a sua esposa e o seu primo. Entusiasmados com a derrota dos extraterrestres, e sem
acreditar que cada um deles estavam vivos, sentiram-se felizes.
“E, espalhados por
ali, alguns nas suas máquinas de guerra, viradas, outros nas manipuladoras
agora rígidas, e uma dúzia deles enfileirados, rígidos e silenciosos, estavam
os marcianos - mortos! - aniquilados pela bactéria da doença e da putrefação
contra a qual os seus organismos não estavam preparados; aniquilados como o
tinham sido as plantas vermelhas, depois de todos os engenhos humanos terem
falhado, pelas coisas mais humildes que Deus, na sua sabedoria, colocou na
Terra”. (WELLS, p. 185)
REFERÊNCIA:
WELLS, HG. A Guerra dos Mundos. Disponível em: http://portugues.free-ebooks.net/ebook/A-Guerra-dos-Mundos. Acesso em: 03 de maio de 2014.
LEIA O RESUMO DA PARTE 1 NESTE LINK:
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