Resumo do livro “A Cabana”, de William P. Young


  

Por: Allan de Oliveira.

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A Cabana é livro escrito por William P. Young e teve a sua primeira edição em 2007. A obra alcançou mais 22 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo e até ganhou uma versão cinematográfica em 2017.

 

O livro é narrado em 3ª pessoa, contando certos episódios da vida do próprio autor, chamado na obra de Mack.

 

A obra se inicia num dia nevado quando Mack recebe um recado num bilhete para se encontrar com uma pessoa numa cabana.

 

Nesse bilhete está assinado “papai” e Mack fica indignado porque era esse o termo usado por sua falecida filha, Missy, para se referir a Deus.

 

Depois desse acontecimento estranho, o protagonista passa a ter sonhos com acontecimentos passados e muitas lembranças lhe vêm à mente. Uma dessas lembranças foi quando ele levou seus filhos (Josh, Kate, e Missy) para passarem uns dias num acampamento situado numa floresta e sua filha Missy desaparece. E após uma busca em vários estados dos Estados Unidos, encontram o vestido da garotinha, manchado de sangue numa cabana. Com isso, tiram a conclusão de que ela fora assassinada por algum maníaco.

 

Esse foi um acontecimento ocorrido há 3 anos e Mack estava farto da vida e de muitas coisas referentes a Deus.

 

Por curiosidade devido ao bilhete, o protagonista decidiu ir àquela cabana num final de semana quando sua esposa levou os filhos para a casa da irmã. Com isso, após sua família fazer a viagem, Mack pegou emprestado o jipe do seu amigo Willy, um revólver, e uns objetos de acampamento e foi à cabana, imaginando que o bilhete era do maníaco.

 

Lá, Mack passa a ter lembranças da tragédia passando a se angustiar a ponto de se desesperar.

 

— Por quê? Por que você deixou que isso acontecesse? Por que me trouxe aqui? Por que logo aqui? Não bastou matar minha filhinha? Tinha de zombar de mim também? – Numa fúria cega, Mack pegou a cadeira mais próxima e jogou-a contra a janela, despedaçando-a. Com uma das pernas da cadeira, começou a destruir tudo que podia. Grunhidos e gemidos de desespero e fúria irrompiam de seus lábios enquanto ele soltava a fúria naquele lugar terrível. — Odeio você! — Num frenesi, liberou a raiva até ficar exaurido.

Desesperado e derrotado, Mack se deixou cair no chão, perto da mancha de sangue. Tocou-a com cuidado. Era tudo o que restava de sua Missy”. (p. 53 e seg.)

 

Mack fica até com raiva de Deus e com a arma pensa em até se suicidar. Porém, ao pensar na família, notou que se matar, aumentaria o sofrimento dela. Depois pensou:

 

— Isso é ridículo! Sou tão idiota! E pensar que eu esperava que Deus poderia se importar a ponto de me mandar um bilhete!

Olhou para o espaço aberto.

— Estou cheio, Deus — sussurrou. — Não posso mais. Estou cansado de tentar encontrá-lo em tudo isso. — E saiu pela porta. Decidiu que esta era a última vez que procuraria Deus. Se Deus o quisesse, teria de vir encontrá-lo.

Enfiou a mão no bolso, pegou o bilhete que havia encontrado na caixa de correio e picou-o em pedacinhos, deixando-os escorrer lentamente entre os dedos para serem levados pelo vento frio que havia aumentado. Com passos pesados e o coração mais pesado ainda, começou a caminhar de volta para o jipe”. (p. 55)

 

Ao sair da cabana, Mack caminhava pela neve e após ter percorrido 15 metros a neve se dissolvera e ele viu flores brotando, juntamente com uma vegetação radiante, e o dia intenso de inverno foi substituído por um dia ensolarado. Mas, além disso, a cabana desapareceu, dando lugar a um lindo chalé do qual exalava fumaça da chaminé, onde dava para ser ouvido risos de dentro.

 

Mack esfregou os olhos sem acreditar no que via e disse para si mesmo:

 

“- Estou pirando de vez – sussurrou Mack. – Isso não pode estar acontecendo. Não é real”. (p. 56)

 

Os pés de Mack tiveram vontade própria e o levaram de volta à cabana. A porta se abriu e apareceu uma mulher afro, uma asiática, e um judeu.

 

“Pensamentos se embolavam enquanto Mack lutava para ter alguma clareza. Será que alguma daquelas pessoas era Deus? E se fossem alucinações? Ou será que Deus viria mais tarde? Já que eram três, talvez aquilo fosse uma espécie de Trindade. Mas duas mulheres e um homem? E nenhum deles era branco? Mas por que ele havia presumido que Deus seria branco? Sabia que sua mente estava divagando, por isso concentrou-se na pergunta que mais queria ver respondida.

— Então qual de vocês é Deus?

— Eu — responderam os três em uníssono. Mack olhou de um para o outro e, mesmo sem entender nada, de algum modo acreditou”. (p. 60)

 

Os três representavam a Santíssima Trindade: a mulher afro (Papai/Deus), a mulher oriental era chamada de Sarayu (o Espírito Santo), e o judeu era Jesus Cristo (o filho).

 

A mulher afro dissera que gostaria de curar a ferida que cresceu dentro de Mack por causa da morte de Missy.

 

“— Querido, não existe resposta fácil para a sua dor. Acredite, se eu tivesse uma, usaria agora. Não tenho varinha mágica para fazer com que tudo fique bem. A vida custa um bocado de tempo e um monte de relacionamentos”. (p. 63 e seg.)

 

Após Mack ter feito algumas refeições com os três que simbolizam a Santíssima Trindade, ele passeou com Jesus, e nesse passeio aproveitou para perguntar:

 

“— Jesus?

— O que é, Mackenzie?

— Estou surpreso com uma coisa em você.

— Verdade? O quê?

— Acho que eu esperava que você fosse mais... — Cuidado aí, Mack. — Ah... bem, humanamente marcante.

Jesus riu.

— Humanamente marcante? Quer dizer bonito? — Agora ele estava gargalhando.

— Bom, eu estava tentando evitar dizer assim, mas é. De algum modo achei que você seria o homem ideal, você sabe, atlético e de uma beleza avassaladora.

— Ê o meu nariz, não é?

Mack não soube o que dizer.

Jesus riu.

— Eu sou judeu, você sabe. Meu avô materno tinha um narigão. Na verdade, a maioria dos homens do meu lado materno tinha nariz grande.

— Só pensei que você teria uma aparência melhor.

— De acordo com que padrão? De qualquer modo, quando você me conhecer melhor, isso não vai importar”. (p. 76 e seg.)

 

Depois Mack fez um passeio em um jardim com Sarayu (o Espírito Santo) e eles conversaram:

 

“— Sarayu, sei que você é o Criador. Mas você fez as plantas venenosas, as urtigas e os mosquitos também?

— Mackenzie — respondeu Sarayu, parecendo se mover junto com a brisa. — Para fazer algo diferente, um ser criado tem que partir do que já existe.

— Então você está dizendo que...

— ... criei tudo que existe, inclusive as coisas que você considera ruins — completou Sarayu. — Mas, quando as criei, elas eram boas, porque é assim que eu sou”. (p. 90)

 

Mack chegou a fazer alguns passeios e num desses estava numa caverna. Viu a imagem de Missy brincando numa floresta com outras crianças. A garotinha não o tinha visto, mas o sentia. Mack tentou passar para o outro lado para abraçá-la, mas não conseguiu porque havia um campo de força. A verdade é que se tratava de um plano espiritual onde estavam presente o espírito de Missy e os sonhos dos seus irmãos.

 

Após aquela pequena convivência com a Santíssima Trindade, Mack viu uma luz intensa que o ofuscou e notou que a cabana e outros elementos desapareceram, dando lugar a uma colina onde ele estava com Sarayu. Presenciou um grande espetáculo em plena noite. Encontrou vários espíritos que se tornaram de luz após a morte da carne, inclusive, o seu pai e os dois se abraçaram e pediram perdão um ao outro. Mack também notou a presença de Jesus Cristo e uma adoração sendo feita a esse outro.

 

No dia seguinte, Mack estava sendo acordado pela mulher Afro (Papai). Essa agora não assumia mais a presença da mulata, mas a de um idoso com barba branca e eles seguiram pela floresta. Lá encontram o corpo de Missy.

 

Era insuportável o mau-cheiro da carne morta, porém, Mack usou os aromas que recebera de presente de Sarayu. Depois disso, eles retornaram à cabana. Lá, Mack foi à carpintaria com Jesus e viu a caixa para guardar os restos mortais de Missy da qual Cristo fizera e esculpira majestosamente com detalhes da vida da garotinha.

 

Depois Mack e a Santíssima Trindade enterraram no jardim de Sarayu a caixa com os restos mortais de Missy e fizeram homenagens. Após a cerimônia eles retornam à cabana e lá Papai dissera a Mack:

 

“— Mackenzie, temos uma coisa para você refletir. Enquanto esteve conosco, você foi curado e aprendeu muito.

— Acho que isso é um eufemismo — riu Mack.

Papai sorriu.

— Você sabe o quanto nós gostamos de você. Mas agora há uma escolha a ser feita. Você pode permanecer conosco e continuar a crescer e aprender ou pode retornar à sua outra casa, a Nan, seus filhos e amigos. De qualquer modo, prometo que sempre estarei com você.

Mack se recostou e pensou.

— E Missy? — perguntou.

— Bom, se você optar por ficar, irá vê-la esta tarde. Ela virá também. Mas, se escolher deixar este lugar, também estará escolhendo deixar Missy para trás.

— Essa não é uma escolha fácil — Mack suspirou”. (p. 163)

 

Após essa conversa, Mack foi ao seu quarto para se vestir e quando retornou à sala não viu mais os três.

 

“Olhando ao redor, viu rapidamente que tudo estava igual ao que era dois dias antes, até a mancha de sangue perto da lareira onde estivera dormindo.

Pulou, correu pela porta quebrada e saiu para a varanda em ruínas. De novo a cabana era velha e feia, com portas e janelas enferrujadas e quebradas. O inverno cobria a floresta e a trilha que levava ao jipe de Willie”. (p. 165)

 

Ao retornar para a cidade de Joseph, Mack sofre um acidente e o jipe do seu amigo Willie ficou completamente destruído. Chegaram bombeiros, a polícia, e Mack foi levado a um hospital.

 

Mack recebe visita de familiares e amigos. Ele estava em estado grave, mas ao ir recobrando aos poucos a consciência, Nam lhe dissera que o acidente não aconteceu no final da tarde de domingo, mas na sexta-feira quando ele saiu. Esse é o ponto que o leitor passa a notar que quando Mack se encontrou com a Santíssima Trindade foi no momento em que ele estava entre a vida e a morte. Por isso, Deus perguntara antes se Mack gostaria de permanecer com eles ou se desejaria retornar à sua família.

 

Nan não acreditara muito na conversa do esposo:

 

“Mas primeiro pediu perdão, confessando como e por que mentira. Perplexa, Nan pensou que se tratava dos efeitos do trauma e da morfina. Toda a história de seu fim de semana — ou do dia, como Nan repetia — se desdobrou lentamente em várias narrativas. Algumas vezes os remédios o dominavam e ele caía num sono sem sonhos, no meio de uma frase.

Inicialmente Nan ouviu com paciência e atenção, tentando suspender ao máximo o julgamento, pensando que a narrativa dele pudesse ser consequência de algum dano neurológico. Mas a nitidez e a profundidade das lembranças a tocaram e lentamente foram solapando sua dúvida. Era intensamente vivo o que Mack estava contando e ela entendeu rapidamente que o que quer que tivesse acontecido causara um enorme impacto e transformara seu marido”. (p. 169)

 

Depois que o enfermo melhorou ele ajudou a polícia a encontrar os restos mortais de Missy e, além disso, os próprios investigadores conseguiram prender o maníaco psicopata e também achar os corpos das outras meninas mortas.

 

Depois de todos esses acontecimentos, Mack passou a sentir grande alegria em sua vida e a viver em paz com sua família.

  

REFERÊNCIA:

YOUNG, William. P. A Cabana. São Paulo. Arqueiro, 2017.

Literatura TV

Escritor, pesquisador, blogueiro, e Youtuber que visa através deste blog a circulação de textos próprios, bem como o de pessoas amigas, no intuito de incentivar as artes que há dentro de cada um de nós, e também a divulgação de culturas em geral. Contato: contatoallandeoliveira@gmail.com

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