Por: Allan de
Oliveira.
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Seja
bem-vindo ao mundo fascinante e intrigante de O Retrato de Dorian Gray
do escritor inglês Oscar Wilde. Essa obra-prima da literatura universal nos
conduz por uma jornada envolvente através dos corredores da beleza, da
decadência e da busca pela redenção. Em meio aos salões aristocráticos da
Londres vitoriana, acompanhamos a história de Dorian Gray, um jovem “boa-pinta”
que passa a ser seduzido por prazeres dos mais diversos dos quais o mundo pode
oferecer. Sendo assim, o Dorian Gray passa a mergulhar em um turbilhão de
desejos e tentações.
Neste blog,
exploraremos os temas complexos e atemporais que permeiam esta obra, desde a
obsessão pela juventude eterna até os limites da moralidade humana. Prepare-se
para uma modesta análise, porém, perspicaz deste clássico da literatura,
que continua a desafiar e fascinar leitores ao redor do mundo após a sua
primeira publicação em 1890.
Beleza, Paixão e Depravação
A obra
começa com Lorde Henry, um aristocrata arrogante, que visitando o estúdio
do artista plástico Basílio Hallward, encontra um retrato do jovem Dorian Gray.
Lorde Henry sugere que o retrato seja exibido o público numa exposição do
Parque de Grosvenor Square, em Londres. Porém, Basílio se recusa a fazer
isso por causa da própria vaidade de Dorian Gray.
Basílio Hallward
confessa ao Lorde Henry está apaixonado pelo jovem e após essa revelação do
artista plástico, Lorde Henry expressa o desejo de conhecê-lo.
Instantes
depois, Dorian aparece e ele passa a se encantar com as conversa de Lorde Henry
que o influencia profundamente com suas ideias sobre a beleza e a vida. A
verdade é que o jovem era ingênuo e se impressionava com o diferente.
O artista
plástico Basílio Hallward passa a pintar outro retrato do jovem enquanto os
três conversavam. Na conversa, Dorian expressa o seu desejo de viver
intensamente, mas teme perder a sua beleza com o passar do tempo.
“- Sinto ciúme de tudo aquilo cuja beleza não morre. Tenho ciúme
desse retrato meu que você pintou. Por que ele poderá conservar o que eu vou
perder? Cada momento que passa tira-me algo e dá algo a ele. Oh! Se pudesse ser
o contrário! Se o retrato pudesse envelhecer e eu permanecer tal como sou
agora! Por que pintou esse retrato? Algum dia zombará de mim, zombará
horrivelmente!”. (p. 32)
Pouco
depois, Lorde Henry partira com Dorian Gray, deixando Basílio com um profundo
pesar ao perceber que o aristocrata estava prestes a conduzir ao mau-caminho.
Em sua convivência com Lorde Henry, Dorian conta sobre
seu amor pela atriz Sibyl Vane, uma jovem desconhecida no meio aristocrático. Ele
relata como se apaixonou ao vê-la atuar em uma peça de teatro.
Sibyl e Dorian Gray pensam em noivarem e a atriz se sente
radiante com isso. No entanto, quando
Sibyl começa a atuar ruim nos palcos, propositalmente, por está cansada da vida
de atriz, Dorian termina o relacionamento com ela.
Ao perceber a mudança em um retrato seu, Dorian se lembra
de Sibyl e decide escrever-lhe uma carta pedindo perdão. Enquanto isso, Lorde
Henry visita Dorian e lhe entrega uma carta informando que Sibyl cometeu
suicídio, deixando Dorian chocado. Após uma conversa, Lorde Henry parte e Dorian
fica pensativo sobre a tragédia envolvendo Sibyl.
“- Você matou o meu amor.
Costumava excitar a minha imaginação. Agora, não consegue nem ao menos excitar
a minha curiosidade. Já não me provoca nenhuma emoção. Eu a amava porque era
maravilhosa, porque possuía talento e inteligência, porque realizava os sonhos
dos grandes poetas e dava forma e substância às sombras da arte. E arruinou
tudo. Você é inepta e estulta. Meu Deus! Que louco fui em amá-la! Como fui
ingênuo! Agora já não significa mais nada para mim. Não quero vê-la nunca mais.
Não quero mais pensar em você. Nunca mais quero pronunciar o seu nome. Não sabe
o que era antes para mim. Antes... Oh, não quero pensar mais nisso! Quisera
nunca tê-la visto! Você pôs a perder a paixão românica da minha vida. Como
conhece tão pouco o amor para dizer que ele corrompe a sua arte! Você, sem
arte, não é nada. Eu pretendia torná-la famosa, esplêndida, magnífica. O mundo
inteiro iria adorá-la e você usaria o meu o meu nome. Agora, quem você é? Uma
atriz de terceira categoria com um rosto bonito”. (p. 95)
Não aceitando ter sido rejeitada, Sybil Vane comete
suicido. Dorian fica chocado e começa a refletir sobre suas ações, decidindo
mudar de vida e buscar a redenção por notar que as suas más ações passam a
serem refletidas no seu quadro por causa da sua alma corrompida.
O Enigma do Retrato: Os Segredos
Obscuros de Dorian Gray
No dia seguinte à sua visita à ópera, Basílio Hallward,
preocupado com as mudanças em Dorian Gray, o confronta sobre sua conduta fria e
desumana, semelhante à de Lorde Henry. Durante a conversa, Basílio revela sua
preocupação com um possível inquérito judicial que poderia envolver Dorian Gray,
mas esse afirma que o seu nome era desconhecido para muita gente, exceto pela falecida
Sybil Vane.
Em meio a essa tensão, Dorian pede a Basílio que pinte um
retrato de Sybil e, ao mesmo tempo, deseja outro quadro de si mesmo (já que o
primeiro quadro estava apresentando acontecimentos estranhos). Porém, Basílio se
recusou a pintar esses quadros.
Quando o artista plástico descobre o retrato escondido com
aquele fenômeno assustador, Basílio Hallward se sente horrorizado e Dorian Gray
passa a se sentir apavorado com as suas próprias ações.
O tempo passou e Dorian Gray notara que retrato
envelhecia com a mesma proporção do seu próprio envelhecimento. Fez algumas
viagens pela Europa, decidindo, depois, residir em outra cidade da Inglaterra e
esquecer aquele quadro que já estava escondido às 7 chaves.
O Retrato da Consciência
Corrompida: A Queda de Dorian Gray
Dorian Gray, atormentado pela culpa e pelo medo, busca
refúgio na vida noturna de Londres, onde se envolve com o ópio e encontra um
antigo amigo, Adrian, agora viciado por sua influência. Enquanto isso é
confrontado por James Vane, irmão de Sibyl Vane, que armado de revólver, acusava
Dorian Gray pela morte dela.
“- Você destruiu a vida de Sibyl
Vane – foi a resposta –, e Sibyl Vane era minha irmã. Ela se suicidou, bem o
sei. E você foi o culpado da sua morte. E eu jurei que iria matá-lo por causa
disso. Faz anos que o procuro. Não tinha nenhum indício, nenhuma pista.
Morreram as duas pessoas que o conheciam. O pouco que sabia de você era o
apelido que ela lhe deu. E eu o ouvi esta noite, por acaso. Faça suas pazes com
Deus, porque você vai morrer agora”. (p. 201)
O jovem aristocrata, negando qualquer conhecimento sobre
a moça mencionada, indagou há quanto tempo ela havia falecido. Quando James
Vane informou que sua irmã havia falecido há 18 anos, Dorian Gray habilmente
solicitou que ele o iluminasse melhor. Ao ver Dorian na luz, James Vane
percebeu um homem jovem, aparentando ter cerca de 20 anos (apesar de Dorian ter
38), o que o levou a duvidar das suas suspeitas, imaginando que o culpado
deveria ter por volta de 40 anos. Sendo assim, Dorian Gray consegue escapar da
morte.
No entanto, a sua consciência continua a atormentá-lo e
ele decide destruir o retrato que reflete a sua alma corrompida, optando em apunhalar
a imagem. Essa atitude acabou causando a sua própria morte. E o mais fascinante
na história é que nesse momento, a juventude do quadro é restaurada, enquanto
que o seu corpo sem vida estava envelhecido após ser descoberto pelos criados.
“Quando entraram, encontraram pendurado na parede um
maravilhoso retrato de seu patrão, que o representava como estavam habituados a
vê-lo, em todo o esplendor de sua rara juventude e beleza. Estendido no chão,
havia um homem morto, em traje de cerimônia, com uma faca cravada no coração.
Era velho, cheio de rugas e seu rosto causava repugnância. Reconheceram-no
somente após terem examinado os anéis que ele usava”. (p. 238)
Conclusão
Ao explorarmos as profundezas da alma humana por meio da
leitura de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, somos confrontados
com os mais sombrios recantos da natureza humana. O autor nos presenteia com
uma obra que transcende o tempo, desafiando-nos a refletir sobre a dualidade
entre a beleza exterior e o interior degenerado. À medida que seguimos os
passos de Dorian Gray em sua jornada de decadência moral, somos lembrados da
fragilidade da condição humana e da inevitabilidade das consequências de nossas
escolhas.
A história de Dorian Gray nos alerta sobre os perigos do
egoísmo desenfreado, da busca incessante pelo prazer e da negação das
consequências de nossas ações. Ao presenciar a transformação gradual de Dorian,
somos confrontados com a verdade inegável de que a beleza física é efêmera,
enquanto a beleza da alma é eterna.
Assim, ao chegarmos ao fim desta jornada literária, somos
desafiados a olhar para dentro de nós mesmos e questionar nossos próprios
valores e escolhas. Podemos escolher o caminho da integridade, da empatia e da
redenção, ou podemos sucumbir à tentação do hedonismo e da autoindulgência,
arriscando-nos a perder nossa humanidade no processo.
Que "O Retrato de Dorian Gray" nos sirva como
um lembrete vívido de que a verdadeira beleza reside na virtude, na compaixão e
na busca pela bondade interior. Que possamos aprender com os erros de Dorian e
trilhar o caminho da autenticidade e da redenção, guiados pela luz da consciência
e da moralidade. Que essa obra-prima da literatura nos inspire a sermos
melhores a cada página virada de nossas vidas!