Paranoia! Oh! Paranoia!
Uma dose de cachaça não em um balcão de boteco, mas
sobre o criado-mudo lá de casa. Propriamente não seria minha casa realmente,
mas um quarto de vila onde possui apenas o meu toca discos juntamente a clássicos
eruditos dos quais a vizinhança nada entendia, mais uma cama uma geladeira um
fogão e uma mesa sem cadeiras que mal me serve.
Um cigarro mal fumado por não ser da minha
preferência, das quais minhas condições nada me proporcionam. Um cigarro de uma
marca vagabunda qualquer, eu fumava.
— Crurrú! – Essa torce tá foda.
A geladeira caindo aos pedaços pipocava. Vizinhos
brigavam transavam. Eu apenas a escutar as obscenidades e baixarias dentro
daquele recinto, olhava apenas para os vícios e para o papel.
A tremedeira voltava.
Eu que aversava o amor e o ódio, escrevia coisas
fora da linguagem formal, continuando em minhas vis paranoias...
— Não!!!
Mas era ISSO,
só ISSO, ou quem sabe ISTO.
Eu não era Modernista Realista Parnasiano Romântico
Árcade ou Barroco, nem tão pouco um Classista, eu era... O que eu era se possuo
várias influências?
Um MISCELÂNEANISTA!
***
Perdão para os que lerem ou estiverem a ouvir esta
excreção literal. Quero deixar bem claro, que não escrevo para agradar-lhes ou
agradar vossa academia (donde excluíram-me), mas para agradar a mim, e aos que
pensem semelhantes.
Apenas esclareço:
— Meu álcool acabou...
... Não tenho mais inspiração.
... Boa noite.
Por: Allan Cara de Pão.
______________________________
¹ Conto escrito no ano de 2001.
Obs.: Os erros ortográficos, como a falta de vírgulas em alguns trechos
foram feitos de forma proposital.