CRIME E CASTIGO (Resumo) – 3ª PARTE



Por: Allan de Oliveira.

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Após Raskólhnikov recobrar os sentidos ele perguntara à mãe e à irmã como fora a viagem e depois admitiu que não concordava com o casamento de Dúnia, dando ordens à irmã para escrever uma carta ao noivo, “dando o fora” nele. Após isso, todos saíram e o enfermo à sós. Do lado de fora, Razumíkhim conversava com as mulheres sobre a doença de Raskólhnikov.


Razumíkhim ao ter visto Dúnia, sentiu um grande desejo por ela, e acompanhou as duas mulheres até a hospedagem em que elas estavam instaladas, a no pensionato Bakaliéiev.

 

Na rua encontraram o médico e eles foram conversando até chegarem ao pensionato.

 

No dia seguinte, Razumíkhim acordara pensando nos acontecimentos da noite anterior e Zósimov fora vê-lo. Razumíkhim seguiu até a pensão Bakaliéiev para visitar a família do amigo. Percebera a pobreza nos trajes das mulheres. Conversaram sobre Raskólhnikov e sobre o falecimento da noiva de Raskólhnikov, filha de Praskóvia Pávlovna. As duas mulheres mostraram uma carta de Lújin a Razumíkhim, depois fizeram uma visita a Raskólhnikov e o viram melhor. Conversaram sobre sua saúde, o relacionamento de Dúnia com Lújim, sobre a morte de Marmieládov, e a morte de Marfa Pietrovna que expirou após levar uma surra do marido. Marcaram uma reunião com Lújin no pensionato Bakaliéiev. Naquele momento, Sônia Siemiôvna Marlieládovna também fora visitar Raskólhnikov à pedido de Ekatierina Ivânovna para avisá-lo do funeral do pai que se realizaria no dia seguinte. Ela demonstrou certo embaraço ao se deparar com a família do rapaz. Razumíkhim sugere a Raskólhnikov recuperar o relógio do seu falecido pai que fora empenhado, dizendo que poderá ajudá-lo, conversando com um juiz de instrução. Pulkhiéria e Dúnia se retiraram logo depois e ao saírem, comentaram sobre o fato de Raskólhnikov gostar de uma garota de programa como era o caso de Sônia.

 

Razumíkhim, Raskólhnikov e Sônia se retiraram do aposento, e ela ao ter seguindo o seu caminho, sozinha, fora seguida por um homem até seu apartamento. Esse puxou conversa com ela, mas esta não lhe deu atenção, adentrando em seguida no cubículo.

 

Os dois amigos seguiram para a casa de Razumíkhim porque Porfíri, um juiz de instrução e parente de Razumíkhim, queria conhecer Raskólhnikov. Ao chegarem encontram o médico, Zamiótov. Raskólhnikov ficou surpreso ao vê-lo. Lá, conversaram sobre assuntos financeiros e sobre uns objetos pessoais da família de Raskólhnikov que Porfíri lhe dissera que para adquiri-los de volta era necessário uma declaração.

 

Ao conversar com Porfíri, Raskólhnikov passou a ter uma alucinação, imaginando que o outro piscava os olhos para ele.

 

A conversa de Porfíri entrou no duplo assassinato e em que Raskólhnikov se encontrava na casa do funcionário que morrera. Porfirí tenta colocá-lo numa armadilha.

 

O juiz de instrução comentou sobre um artigo de Raskólhnikov que fora publicado num jornal e o próprio não sabia. O juiz havia entendido que o artigo limitava certos direitos a homens ordinários e muitos direitos a homens extraordinários. Mas, Raskólhnikov explicara que não era dessa forma, explicando de maneira filosófica que um homem extraordinário ao ter uma ideia que favoreça a sociedade e outros tentarem impedi-lo, este homem tem o direito de “passar por cima”. Após estar se sentir um pouco incomodado com a conversa, Raskólhnikov resolveu ir embora e Razumíkhim o acompanhou. Os dois se dirigiram à pensão Bakaliéiev no momento em que Pulkhiéria e Dúnia os esperavam há um bom tempo. Raskólhnikov teve uma discursão com o amigo e foi para casa.

 

Quando Raskólhnikov chegou à portaria do pensionato, o porteiro dissera que um operário o procurava. O inquilino viu o tal operário ao longe e o seguiu. Ao se aproximar, fez perguntas por que ele o procurava. Porém, o operário não respondia.

 

“Dessa vez o homem ergueu os olhos e fixou em Raskólhnikov o olhar mais sombrio e colérico.

 

- Assassino! – exclamou de repente, numa voz calma, mas clara e distinta”. (Dostoiévski, 2003. p. 253)

 

Raskólhnikov se fez de desentendido enquanto o outro tornara a acusá-lo e Raskólhnikov retornou a sua morada ficando a pensar no homem que o chamou de assassino. Entrou em delírios e tendo pesadelos. Ao acordar viu um homem no seu quarto, olhando-o. Era Svidrigáilov. Este dissera que o motivo da sua visita era para conhecê-lo pessoalmente e procurar resolver algo que envolvia Dúnia. Enquanto falava, Raskólhnikov permanecia em silêncio por saber dá má índole de Svidrigáilov falou sobre a finada Marfa Pietrovna que ela o livrara de uma grande dívida de jogos com um importante documento e casara-se com ele. Disse que após a morte dela seu fantasma aparecia sempre para ele, bem como o de um servo que eles tinham. Svidrigáilov sugeriu ao outro ajudá-lo a fazer Dúnia romper o noivado com Lújin, dizendo que se ela se casar com ele, ela terá um dote de 10 mil rublos. Mas, Raskólhnikov não concorda. No entanto, Svidrigáilov procurou agir de maneira amigável, porém, Raskólhnikov não queria.

 

Aquele burguês vigarista dissera que Marfa Pietrovna antes de morrer deixara um testamento com 3 mil rublos para Dúnia e após ter dito isso, Svidrigáilov se retirou e Razumíkhim chegara.

 

Razumíkhim e Raskólhnikov foram à pensão Bakaliéiev. Lá chegando, encontraram Lújin e os três entraram no apartamento sem se cumprimentarem, nem se olharem. A situação se mostrou constrangedora. Lújin e as mulheres conversaram a respeito da conduta de Svidrigáilov e Lújin dissera que o mesmo no passado, enforcara uma moça que sua antiga amante detestava, além de pressionar o próprio tio a também se enforcar após os maus tratos que Svidrigáilov lhe dera, e que provavelmente ele fora o causador da morte de Marfa Pietrovna.

 

Raskólhnikov disse à irmã sobre a quantia existente no testamento de Marfa Pietrovna e sobre a proposta de Svidrigáilov que falaria à sós com ela. Lújin ao notar que Raskólhnikov desejava conversar com a irmã sem a sua presença, sentiu-se ofendido. No entanto, Dúnia queria contornar a situação e fazer o irmão e o noivo fazeres às pazes, ao passo que não fora uma boa ideia. Uma confusão se dera e Piotr Pietróvitch decidiu acabar o noivado com ela. A verdade é que Lújin (Piotr Pietróvitch) por saber da pobreza da mãe e da irmã de Raskólhnikov, sentia-se com poder sobre elas. Numa perspectiva de fazê-las considerá-lo o seu salvador e a partir daí conseguir a submissão delas. Tinha como objetivo fazer com que Dúnia, depois de uma má reputação, o considerasse um salvador.

 

Ao descer as escadas, Lújin se considerou muito ofendido e seus objetivos destruídos por Raskólhnikov, Razumíkhim, e Svidrigáilov. Após a saída dele, Raskólhnikov dissera à mãe e à irmã qual a proposta de Svidrigáilov. As mulheres ao reclamarem a falta de dinheiro, sentiram-se felizes com a quantia da falecida deixada para Dúnia. No entanto, Razumíkhim sugeriu a eles lhe ajudar nas traduções dos livros com antes fizera a mesma proposta a Raskólhnikov. A conversa ao ter chego nesse ponto fez Raskólhnikov se retirar.

 

Raskólhnikov fora visitar Sônia, dizendo-lhe que, provavelmente, seria a última vez que a veria por ter a pretensão de morar em outra cidade, procurando saber como estava o relacionamento entre ela e a madrasta. A jovem lhe dissera que Ekatierina Ivânovna não estava podendo pagar o aluguel, que a senhoria pretendia despejá-la, e Ekatierina considerava Raskólhnikov como o seu salvador. Mas, Sônia passou a se sentir ofendida com a postura de Raskólhnikov por ter dito que a madrasta dela estava no fim da vida e que as crianças ficariam no olho da rua. Sônia dissera que sua bíblia fora presente de Lisavieta e o outro usou de sarcasmo com relação à religiosidade dela.

 

O pessimismo do rapaz abalou muito a moça, deixando-a irritada. Raskólhnikov nervoso, obrigou a ela a ler o trecho da bíblia sobre a ressureição de Lázaro e Sônia passou a sentir certo medo com relação a ele, estando sem querer ler por causa das ironias do outro. Mas acabou por fazer o desejo daquele que a pedia.

 

Após Sônia terminar a leitura, Raskólhnikov disse-lhe que abandonaria a família, sugerindo a ela ir morar com ele. Sônia não compreendia muito essa proposta feita por ele e passa a considerá-lo como um louco.

 

“Os olhos cintilavam-lhe: “Parece um louco!”, pensou Sônia por sua vez.

 

 (...)

 

Ela olhava para ele e não compreendia. Compreendia unicamente que ele era terrível, infinitamente desgraçado”. (Dostoiévski, 2003. p. 305)

 

Raskólhnikov se despediu daquela jovem, dizendo que no dia seguinte diria a ela quem era o assassino de Lisavieta. Quando ele se retirou, Sônia ficou pensativa.

 

Do outro lado do quarto estava Svidrigáilov que ouvira toda conversa.

 

No dia seguinte, Raskólhnikov fora ao encontro de Porfíri Pietróvich na delegacia, levando o documento antes proposto pelo mesmo para retirar seus objetos e também perguntar sobre o interrogatório. Porfíri Pietróvich passou a procurar usar das suas armadilhas para descobrir a verdade sobre o duplo homicídio, e fazê-lo entrar em contradição através de pressão psicológica. O juiz de instrução notara o nervosismo de Raskólhnikov e perguntou de forma sarcástica:

 

“- Mas por que se pôs tão pálido, Rodion Românovitch? Falta-lhe o ar, quer que abra a janela?”. (Dostoiévski, 2003. p. 316)

 

Ao percurso da conversa, Porfíri andava de um lado a outro da sala, de maneira nervosa, usando de sarcasmo, rindo o tempo inteiro e Raskólhnikov dissera a ele de maneira irritada que ele não tinha o direito de rir dele por tê-lo como suspeito do assassinato de Alíona e Lisavieta Ivânovna, dando um soco sobre a mesa do juiz. Porfíri procurou controlar a situação. Abriu a janela e deu água ao rapaz. Raskólhnikov se acalmou e o juiz de instrução continuou usando dos seus artifícios, fazendo-se de amigo.

 

“- Eu não quero sua amizade, cuspo em cima dela”. (Dostoiévski, 2003. p. 322)

 

No entanto, Porfíri continuava a provocá-lo dizendo que havia uma surpresa atrás de uma porta daquela sala. Do lado de fora alguém chamou-o, dizendo que estava com Nikolai, um dos pintores.

 

Nikolai afirmou ser o assassino da usurária e da irmã e que seu parceiro Mitka era inocente.

 

Porfíri ficou muito nervoso e estressado, sem esperar por aquilo. Dispensou Raskólhnikov que saiu daquela sala. Ao chegar à escada, Porfíri correu ao seu encontro, dizendo que qualquer dia desses ainda precisaria interrogá-lo mais uma vez e os dois fizeram as pazes.

 

Raskólhnikov se dirigiu ao local onde morava, pensando nos acontecimentos recentes, sem acreditar. Formulou as ideias, notando que Porfíri o havia descoberto e isso se deu por causa do operário da véspera. Estava pensando em aparecer no jantar fúnebre de Marmieládov quando o tal operário apareceu a sua porta. Este fora se desculpar, dizendo que Porfíri o deixou escondido na sala ao lado a qual Porfíri dissera haver ali uma surpresa. Ao dizer isso o homem se retirou.

 

Enquanto isso, Piotr Pietróvitch refletia os acontecimentos que o transtornaram na pensão Bakaliéiev e também sobre as suas despesas. Ele estava dividindo, temporariamente, o quarto no mesmo prédio do recém-falecido, com Andriei Siemiônovitch Liebiesiátnikov, um defensor das ideias de Charles Fourier e Charles Darwin, ideias que Lújin, por ser capitalista, não concordava e agia de forma sarcástica. No passado Lújin havia sido tutor dele, porém suas relações não eram muito amistosas. Os dois conversavam e após alguns insultos, Liebiesiátnikov se retirou dali para, instantes depois, retornar com Sônia e fora ao seu quarto naquele apartamento.

 

Sônia ao chegar, ficou um pouco nervosa, olhando o tempo inteiro para um bolo de dinheiro que estava sobre a mesa, bem como para as lunetas e o anel de Piotr Pietróvitch. Este se desculpou com a moça, alegando que não poderá comparecer ao jantar fúnebre do pai dela. Deu a ela uma nota de dez rublos, enquanto Liebiesiátnikov estava no quarto a escutar tudo. Quando a jovem meretriz se retirou, ele fora agradecê-lo por seu ato de humanidade, ao passo que o outro agira de forma arrogante sem dar muita importância a isso.

 

 

(Continua)

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 2: https://bit.ly/3nGXNe2

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 4: https://bit.ly/3yjKIw5

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 5: https://bit.ly/3P4zJxv

 

 

REFERÊNCIA:

 

DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural. Suzano. 2003.


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Escritor, pesquisador, blogueiro, e Youtuber que visa através deste blog a circulação de textos próprios, bem como o de pessoas amigas, no intuito de incentivar as artes que há dentro de cada um de nós, e também a divulgação de culturas em geral. Contato: contatoallandeoliveira@gmail.com

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