Por: Allan de Oliveira.
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Após Raskólhnikov
recobrar os sentidos ele perguntara à mãe e à irmã como fora a viagem e depois
admitiu que não concordava com o casamento de Dúnia, dando ordens à irmã para
escrever uma carta ao noivo, “dando o fora” nele. Após isso, todos saíram e o
enfermo à sós. Do lado de fora, Razumíkhim conversava com as mulheres sobre a
doença de Raskólhnikov.
Razumíkhim ao ter
visto Dúnia, sentiu um grande desejo por ela, e acompanhou as duas mulheres até
a hospedagem em que elas estavam instaladas, a no pensionato Bakaliéiev.
Na rua encontraram o
médico e eles foram conversando até chegarem ao pensionato.
No dia seguinte,
Razumíkhim acordara pensando nos acontecimentos da noite anterior e Zósimov
fora vê-lo. Razumíkhim seguiu até a pensão Bakaliéiev para visitar a família do
amigo. Percebera a pobreza nos trajes das mulheres. Conversaram sobre
Raskólhnikov e sobre o falecimento da noiva de Raskólhnikov, filha de Praskóvia
Pávlovna. As duas mulheres mostraram uma carta de Lújin a Razumíkhim, depois
fizeram uma visita a Raskólhnikov e o viram melhor. Conversaram sobre sua
saúde, o relacionamento de Dúnia com Lújim, sobre a morte de Marmieládov, e a
morte de Marfa Pietrovna que expirou após levar uma surra do marido. Marcaram
uma reunião com Lújin no pensionato Bakaliéiev. Naquele momento, Sônia
Siemiôvna Marlieládovna também fora visitar Raskólhnikov à pedido de Ekatierina
Ivânovna para avisá-lo do funeral do pai que se realizaria no dia seguinte. Ela
demonstrou certo embaraço ao se deparar com a família do rapaz. Razumíkhim
sugere a Raskólhnikov recuperar o relógio do seu falecido pai que fora
empenhado, dizendo que poderá ajudá-lo, conversando com um juiz de instrução.
Pulkhiéria e Dúnia se retiraram logo depois e ao saírem, comentaram sobre o
fato de Raskólhnikov gostar de uma garota de programa como era o caso de Sônia.
Razumíkhim,
Raskólhnikov e Sônia se retiraram do aposento, e ela ao ter seguindo o seu
caminho, sozinha, fora seguida por um homem até seu apartamento. Esse puxou
conversa com ela, mas esta não lhe deu atenção, adentrando em seguida no
cubículo.
Os dois amigos
seguiram para a casa de Razumíkhim porque Porfíri, um juiz de instrução e
parente de Razumíkhim, queria conhecer Raskólhnikov. Ao chegarem encontram o
médico, Zamiótov. Raskólhnikov ficou surpreso ao vê-lo. Lá, conversaram sobre
assuntos financeiros e sobre uns objetos pessoais da família de Raskólhnikov
que Porfíri lhe dissera que para adquiri-los de volta era necessário uma
declaração.
Ao conversar com
Porfíri, Raskólhnikov passou a ter uma alucinação, imaginando que o outro
piscava os olhos para ele.
A conversa de Porfíri
entrou no duplo assassinato e em que Raskólhnikov se encontrava na casa do
funcionário que morrera. Porfirí tenta colocá-lo numa armadilha.
O juiz de instrução
comentou sobre um artigo de Raskólhnikov que fora publicado num jornal e o
próprio não sabia. O juiz havia entendido que o artigo limitava certos direitos
a homens ordinários e muitos direitos a homens extraordinários. Mas,
Raskólhnikov explicara que não era dessa forma, explicando de maneira filosófica
que um homem extraordinário ao ter uma ideia que favoreça a sociedade e outros
tentarem impedi-lo, este homem tem o direito de “passar por cima”. Após estar
se sentir um pouco incomodado com a conversa, Raskólhnikov resolveu ir embora e
Razumíkhim o acompanhou. Os dois se dirigiram à pensão Bakaliéiev no momento em
que Pulkhiéria e Dúnia os esperavam há um bom tempo. Raskólhnikov teve uma
discursão com o amigo e foi para casa.
Quando Raskólhnikov
chegou à portaria do pensionato, o porteiro dissera que um operário o
procurava. O inquilino viu o tal operário ao longe e o seguiu. Ao se aproximar,
fez perguntas por que ele o procurava. Porém, o operário não respondia.
“Dessa vez o homem
ergueu os olhos e fixou em Raskólhnikov o olhar mais sombrio e colérico.
- Assassino! –
exclamou de repente, numa voz calma, mas clara e distinta”. (Dostoiévski, 2003.
p. 253)
Raskólhnikov se fez
de desentendido enquanto o outro tornara a acusá-lo e Raskólhnikov retornou a
sua morada ficando a pensar no homem que o chamou de assassino. Entrou em
delírios e tendo pesadelos. Ao acordar viu um homem no seu quarto, olhando-o.
Era Svidrigáilov. Este dissera que o motivo da sua visita era para conhecê-lo
pessoalmente e procurar resolver algo que envolvia Dúnia. Enquanto falava,
Raskólhnikov permanecia em silêncio por saber dá má índole de Svidrigáilov
falou sobre a finada Marfa Pietrovna que ela o livrara de uma grande dívida de
jogos com um importante documento e casara-se com ele. Disse que após a morte
dela seu fantasma aparecia sempre para ele, bem como o de um servo que eles
tinham. Svidrigáilov sugeriu ao outro ajudá-lo a fazer Dúnia romper o noivado
com Lújin, dizendo que se ela se casar com ele, ela terá um dote de 10 mil
rublos. Mas, Raskólhnikov não concorda. No entanto, Svidrigáilov procurou agir
de maneira amigável, porém, Raskólhnikov não queria.
Aquele burguês
vigarista dissera que Marfa Pietrovna antes de morrer deixara um testamento com
3 mil rublos para Dúnia e após ter dito isso, Svidrigáilov se retirou e
Razumíkhim chegara.
Razumíkhim e
Raskólhnikov foram à pensão Bakaliéiev. Lá chegando, encontraram Lújin e os
três entraram no apartamento sem se cumprimentarem, nem se olharem. A situação
se mostrou constrangedora. Lújin e as mulheres conversaram a respeito da
conduta de Svidrigáilov e Lújin dissera que o mesmo no passado, enforcara uma
moça que sua antiga amante detestava, além de pressionar o próprio tio a também
se enforcar após os maus tratos que Svidrigáilov lhe dera, e que provavelmente
ele fora o causador da morte de Marfa Pietrovna.
Raskólhnikov disse à
irmã sobre a quantia existente no testamento de Marfa Pietrovna e sobre a
proposta de Svidrigáilov que falaria à sós com ela. Lújin ao notar que
Raskólhnikov desejava conversar com a irmã sem a sua presença, sentiu-se
ofendido. No entanto, Dúnia queria contornar a situação e fazer o irmão e o
noivo fazeres às pazes, ao passo que não fora uma boa ideia. Uma confusão se
dera e Piotr Pietróvitch decidiu acabar o noivado com ela. A verdade é que
Lújin (Piotr Pietróvitch) por saber da pobreza da mãe e da irmã de
Raskólhnikov, sentia-se com poder sobre elas. Numa perspectiva de fazê-las
considerá-lo o seu salvador e a partir daí conseguir a submissão delas. Tinha
como objetivo fazer com que Dúnia, depois de uma má reputação, o considerasse
um salvador.
Ao descer as escadas,
Lújin se considerou muito ofendido e seus objetivos destruídos por
Raskólhnikov, Razumíkhim, e Svidrigáilov. Após a saída dele, Raskólhnikov
dissera à mãe e à irmã qual a proposta de Svidrigáilov. As mulheres ao
reclamarem a falta de dinheiro, sentiram-se felizes com a quantia da falecida
deixada para Dúnia. No entanto, Razumíkhim sugeriu a eles lhe ajudar nas
traduções dos livros com antes fizera a mesma proposta a Raskólhnikov. A
conversa ao ter chego nesse ponto fez Raskólhnikov se retirar.
Raskólhnikov fora
visitar Sônia, dizendo-lhe que, provavelmente, seria a última vez que a veria
por ter a pretensão de morar em outra cidade, procurando saber como estava o
relacionamento entre ela e a madrasta. A jovem lhe dissera que Ekatierina
Ivânovna não estava podendo pagar o aluguel, que a senhoria pretendia
despejá-la, e Ekatierina considerava Raskólhnikov como o seu salvador. Mas,
Sônia passou a se sentir ofendida com a postura de Raskólhnikov por ter dito
que a madrasta dela estava no fim da vida e que as crianças ficariam no olho da
rua. Sônia dissera que sua bíblia fora presente de Lisavieta e o outro usou de
sarcasmo com relação à religiosidade dela.
O pessimismo do rapaz
abalou muito a moça, deixando-a irritada. Raskólhnikov nervoso, obrigou a ela a
ler o trecho da bíblia sobre a ressureição de Lázaro e Sônia passou a sentir
certo medo com relação a ele, estando sem querer ler por causa das ironias do
outro. Mas acabou por fazer o desejo daquele que a pedia.
Após Sônia terminar a
leitura, Raskólhnikov disse-lhe que abandonaria a família, sugerindo a ela ir
morar com ele. Sônia não compreendia muito essa proposta feita por ele e passa
a considerá-lo como um louco.
“Os olhos
cintilavam-lhe: “Parece um louco!”, pensou Sônia por sua vez.
(...)
Ela olhava para ele e
não compreendia. Compreendia unicamente que ele era terrível, infinitamente
desgraçado”. (Dostoiévski, 2003. p. 305)
Raskólhnikov se
despediu daquela jovem, dizendo que no dia seguinte diria a ela quem era o
assassino de Lisavieta. Quando ele se retirou, Sônia ficou pensativa.
Do outro lado do
quarto estava Svidrigáilov que ouvira toda conversa.
No dia seguinte,
Raskólhnikov fora ao encontro de Porfíri Pietróvich na delegacia, levando o
documento antes proposto pelo mesmo para retirar seus objetos e também
perguntar sobre o interrogatório. Porfíri Pietróvich passou a procurar usar das
suas armadilhas para descobrir a verdade sobre o duplo homicídio, e fazê-lo
entrar em contradição através de pressão psicológica. O juiz de instrução
notara o nervosismo de Raskólhnikov e perguntou de forma sarcástica:
“- Mas por que se pôs
tão pálido, Rodion Românovitch? Falta-lhe o ar, quer que abra a janela?”.
(Dostoiévski, 2003. p. 316)
Ao percurso da
conversa, Porfíri andava de um lado a outro da sala, de maneira nervosa, usando
de sarcasmo, rindo o tempo inteiro e Raskólhnikov dissera a ele de maneira
irritada que ele não tinha o direito de rir dele por tê-lo como suspeito do
assassinato de Alíona e Lisavieta Ivânovna, dando um soco sobre a mesa do juiz.
Porfíri procurou controlar a situação. Abriu a janela e deu água ao rapaz.
Raskólhnikov se acalmou e o juiz de instrução continuou usando dos seus
artifícios, fazendo-se de amigo.
“- Eu não quero sua
amizade, cuspo em cima dela”. (Dostoiévski, 2003. p. 322)
No entanto, Porfíri
continuava a provocá-lo dizendo que havia uma surpresa atrás de uma porta
daquela sala. Do lado de fora alguém chamou-o, dizendo que estava com Nikolai,
um dos pintores.
Nikolai afirmou ser o
assassino da usurária e da irmã e que seu parceiro Mitka era inocente.
Porfíri ficou muito
nervoso e estressado, sem esperar por aquilo. Dispensou Raskólhnikov que saiu
daquela sala. Ao chegar à escada, Porfíri correu ao seu encontro, dizendo que
qualquer dia desses ainda precisaria interrogá-lo mais uma vez e os dois
fizeram as pazes.
Raskólhnikov se
dirigiu ao local onde morava, pensando nos acontecimentos recentes, sem
acreditar. Formulou as ideias, notando que Porfíri o havia descoberto e isso se
deu por causa do operário da véspera. Estava pensando em aparecer no jantar
fúnebre de Marmieládov quando o tal operário apareceu a sua porta. Este fora se
desculpar, dizendo que Porfíri o deixou escondido na sala ao lado a qual
Porfíri dissera haver ali uma surpresa. Ao dizer isso o homem se retirou.
Enquanto isso, Piotr
Pietróvitch refletia os acontecimentos que o transtornaram na pensão Bakaliéiev
e também sobre as suas despesas. Ele estava dividindo, temporariamente, o
quarto no mesmo prédio do recém-falecido, com Andriei Siemiônovitch
Liebiesiátnikov, um defensor das ideias de Charles Fourier e Charles Darwin,
ideias que Lújin, por ser capitalista, não concordava e agia de forma
sarcástica. No passado Lújin havia sido tutor dele, porém suas relações não
eram muito amistosas. Os dois conversavam e após alguns insultos,
Liebiesiátnikov se retirou dali para, instantes depois, retornar com Sônia e
fora ao seu quarto naquele apartamento.
Sônia ao chegar,
ficou um pouco nervosa, olhando o tempo inteiro para um bolo de dinheiro que
estava sobre a mesa, bem como para as lunetas e o anel de Piotr Pietróvitch.
Este se desculpou com a moça, alegando que não poderá comparecer ao jantar
fúnebre do pai dela. Deu a ela uma nota de dez rublos, enquanto Liebiesiátnikov
estava no quarto a escutar tudo. Quando a jovem meretriz se retirou, ele fora
agradecê-lo por seu ato de humanidade, ao passo que o outro agira de forma
arrogante sem dar muita importância a isso.
(Continua)
Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 2: https://bit.ly/3nGXNe2
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 4: https://bit.ly/3yjKIw5
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 5: https://bit.ly/3P4zJxv
REFERÊNCIA:
DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural. Suzano. 2003.