Por: Allan de Oliveira.
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Raskólhnikov estava
em casa, preocupado com as palavras que Svidrigáilov lhe dissera. No dia do
enterro de Ekatierina ele não quis comparecer. Nesse dia, Razumíkhim fora a sua
casa para dizer que sua mãe desejaria vê-lo, repreendendo-o por mostrar uma
atitude de desprezo para com sua família. Raskólhnikov não deu importância para
o questionamento do amigo, pedindo a ele para cuidar bem da sua mãe e da sua
irmã, e que seria bom ele e Dúnia iniciarem uma relação amorosa. Razumíkhim
dissera que Dúnia recebera uma carta e Raskólhnikov quis saber do que se trava.
Mas o outro não soube lhe responder depois se retirou.
No caminho, depois de
ter se retirado do quarto de Raskólhnikov, por conta das saídas repentinas do
outro, sem saber para onde ele ia, Razumíkhim acabou por pensar que ele e a
irmã eram conspiradores políticos; desconfiando até da carta de Dúnia.
Enquanto isso,
Raskólhnikov ficou pensando na irmã em Porfíri e pensando em matar
Svidrigáilov. Nesse momento, Porfíri aparecera lhe dizendo que estivera lá há
dois dias e não o encontrou. Disse também que lera o artigo de Raskólhnikov,
considerando o texto fantástico. Afirma também que o autor do artigo agira de
forma muito astuta por ter conseguido driblar a todos e que o assassinato das
duas vítimas fora a sua teoria colocada na prática, narrando de forma minuciosa
como o crime ocorreu.
Raskólhnikov tremia
ao ouvir a narração do outro e este lhe dissera:
“- Quem é o
assassino? – repetiu, como se não acreditasse no que acabava de ouvir. – Pois o
assassino é o senhor, Rodion Românovitch!”. (Dostoiévski, 2003. p. 424)
Pofirí disse que não
tinha a intenção de prendê-lo, mas pedira a ele se entregar à polícia. No
entanto, o rapaz procurou se defender, enquanto o outro insistia. Raskólhnikov
perguntou quando o outro o prenderia e Porfíri lhe dissera que em um dia e meio
a dois dias. O juiz de instrução pediu ao rapaz para escrever um bilhete com
duas linhas apenas dizendo o local onde se encontrava a pedra que marca o local
dos objetos roubados. Dito isso ele se retirou.
Após a retirada de
Porfíri, Raskólhnikov fora à procura de Svidrigáilov para lhe pedir ajuda. Mas,
no caminho ele ficou a se perguntar se o mesmo não lhe teria entregado a
Porfíri, tirando a conclusão de que não fora ele. E pensava:
“Agora que conhece o
meu segredo e me tem na mão, de certa maneira, irá servir-se disso como de uma
arma contra Dúnia”. (Dostoiévski, 2003. p. 432)
No caminho,
Raskólhnikov encontrou Svidrigáilov sentado num prédio que continha taverna e
esse outro também o vira, mas queria passar por despercebido. Porém, o
vigarista notou que o rapaz o vira e para contornar a situação o chamou para
subir o prédio e entrar na taverna. Raskólhnikov fora ao seu encontro. Lá o
rapaz com tons ameaçadores perguntou o porquê dele está na sua “cola” e
Svidrigáilov dissera que era por causa de Dúnia por notar que ele exercia uma
grande influência na irmã. Svidrigáilov passou a contar um pouco da sua vida a
pedido do outro. Raskólhnikov perguntou se ele não havia assassinado uma garota
e um criado, de acordo com informações de Lújin, e Svidrigáilov lhe negara.
Svidrigáilov dissera que chegou a sentir certa paixão por Dúnia, desejando que
Razumíkhim cuide bem dela. Ele também comentou sobre alguns casos de amor que
tivera no passado, dizendo que odiou quando soubera antes do noivado de Dúnia
com Lújin. Dissera que estava casar com uma moça de 16 anos, querendo que
Raskólhnikov a conhecesse. Os dois saíram da taverna. Svidrigáilov se dirigiu
em direção ao Mercado do Feno e o outro o seguiu. Raskólhnikov desconfiava que
o vigarista tramasse algo de ruim para sua irmã por causa da carta que ela
recebera. Svidrigáilov ao tê-lo visto não gostou, ameaçando chamar a polícia.
Mas, Raskólhnikov nem se preocupou com isso. Svidrigáilov para contornar a
situação, mudou de tom e disse que iria para a pensão pegar algum dinheiro para
dar um passeio. Raskólhnikov disse que tomaria o mesmo caminho porque iria ver
Sônia. No entanto, o outro dissera que ela fora levar as crianças para uma
conhecida sua, uma diretora de um orfanato. Raskólhnikov quis ir assim mesmo.
Após, Svidrigáilov ter pego o dinheiro ele se despediu daquele, pegou uma
carruagem e Raskólhnikov se dirigiu ao Mercado do Feno. Nesse momento,
Svidrigáilov após um curto tempo de viagem, pagou e desceu da carruagem.
Raskólhnikov seguiu até a ponte e se esbarrou com Dúnia, mas não a notou. Esta
fez questão para ele não vê-la e se encontrou logo mais com Svidrigáilov. Esse
vinha logo atrás do irmão dela.
“- Saiamos daqui o
mais depressa possível – disse-lhe Svidrigáilov em voz baixa. – Não quero que
Rodion Românovitch saiba deste nosso encontro. Informo-a de que acabo de estar
com ele, perto daqui, numa taberna, onde ele foi procurar-me, e que tive de
desprender-me dele quase à força”. (Dostoiévski, 2003. p. 454)
Svidrigáilov tinha um
importante assunto para lhe dizer, afirmando ser também necessário ouvirem
Sônia. Svidrigáilov mostrou o prédio em que estava residindo, foram ao prédio,
mostrou o outro quarto vizinho ao lado do dele, ocupado por Sônia, dizendo que
alugara mais dois quartos, indo com Dúnia até esses cômodos. Ele disse que
ouvira a conversa de Rodion Românovitch com Sônia. Comentaram sobre o crime,
coisa que Dúnia não acreditava, ela queria se retirar do local. Nesse momento,
Svidrigáilov tentou seduzi-la. Dúnia gritava, querendo sair, mas a porta estava
trancada. Ao perceber, ela sacou um revólver, disparando um tiro que pegou de
raspão na cabeça do outro. Este se aproximara dela e após a mesma ter dado
outro tiro o revólver falhou e ela o jogou no chão. Svidrigáilov a abraçou, e a
moça disse que não queria nada com ele. Furioso, Svidrigáilov colocou a chave
da porta numa mesa, gritando para Dúnia sair imediatamente. Foi o que ela fez.
Svidrigáilov pegou o revólver que estava no chão e seguiu o caminho da rua.
Svidrigáilov foi ao
quarto de Sônia e esta estava com os quatro filhos de Karpernaúmova. Ele disse
que faria uma viagem para a América. Entregou a Sônia os recibos do depósito
dos órfãos juntamente com 3 mil rublos em dinheiro, dizendo a ela para não dizer
nada disso a ninguém. Sônia o agradeceu. Svidrigáilov disse que Raskólhnikov
deveria se entregar às autoridades. Sônia estremeceu ao ouvir e o outro se
retirou.
À meia-noite,
Svidrigáilov se dirigiu à casa da noiva e pensaram que por causa do horário ele
estaria bêbado. A mãe da moça o recebeu, depois a própria noiva. Após algum
tempo, Svidrigáilov foi a uma estalagem, ficando a pensar nos últimos
acontecimentos. Quando ele dormiu teve alguns pesadelos, sonhando com uma moça
num caixão. Tratava-se da moça que num episódio, se jogou no rio. Ao acordar
por volta das 3 da manhã ele fora à procura do criado da estalagem para pagar a
contar e encontrou uma menina de 5 anos que estava escondida atrás de um
armário por ter apanhado da mãe. Com pena, Svidrigáilov colocou a menina na
cama para ela dormir. Às 5 da manhã, Svidrigáilov saiu da estalagem e no
caminho ele encontrou um homem que o chateara. Suicidou-se com o revólver que
levara.
Raskólhnikov fora
visitar a mãe. Esta ficou alegre ao vê-lo, dizendo que lera o artigo porque
Razumíkhim lhe trouxera. Pulkihiéria disse que gostou do artigo e eles
conversaram sobre assuntos familiares. Depois Raskólhnikov se retirou dali indo
à sua casa. Lá ele encontrou Dúnia que o esperava há um bom tempo e ela disse
ter estado com Sônia. Raskólhnikov notou que ela já sabia dos assassinatos
cometidos por ele e Dúnia perguntou se ele comentara o assunto com a mãe. Ele
disse que não, mas que iria denunciar-se. Dúnia chorava. Decidiram se
retirarem, mas na rua, Raskólhnikov se desviou da irmã para se livrar dela,
seguindo o seu caminho para a casa de Sônia. Esta o esperou o dia inteiro.
Quando ela o viu, se alegrou. Raskólhnikov pediu a ela para lhe mostrar os
crucifixos. Sônia chorava. Raskólhnikov saiu dali com raiva por perceber que
Sônia queria ficar sozinha. No caminho ele pensou como seria estar numa prisão
e também nas palavras de Sônia que diziam:
“Vai ter a uma
encruzilhada, faz uma reverência às pessoas, beija a terra, porque também
pecaste perante ela, e diz a toda a gente em voz alta: ‘Sou um assassino!’”.
(Dostoiévski, 2003. p. 486)
Raskólhnikov se
ajoelhou num terreno, beijando o chão, enquanto algumas pessoas o observavam e
riam da sua atitude, mas ele não chegou a gritar dizendo que era um assassino e
pôs-se a se levantar e caminhar em direção ao comissariado. Viu Sônia que
estava distante, observando os seus passos. Raskólhnikov entrou no comissariado
disposto a falar com Iliá Pietrovitch. Ao encontrá-lo, este se desculpou por
certo incidente que ocorrera no passado e o elogiou por saber sobre o seu
artigo, perguntando depois o que ele desejava. Raskólhnikov falou que desejaria
conversar com Zamiótov, mas este não se encontrava por lá. Conversaram sobre
assuntos do cotidiano e Iliá Pietrovitch comentou sobre uma onda de suicídios
que estava ocorrendo na cidade. Com isso, ele acabou contando sobre o suicídio
de Svidrigáilov, fato que ele até aquele momento ele tomara conhecimento.
Raskólhnikov ficou espantado. O outro notou que ele o conhecera e quis saber
algumas informações. Porém, o recém-chegado disse estar com pressa e saiu dali.
Fora do comissariado, Raskólhnikov vira Sônia novamente, logo enfrente. Ele
sorriu sarcasticamente, retornando, imediatamente, à sala de Iliá Pietrovitch.
Lá ele, por estar muito arrependido, confessou o crime.
Raskólhnikov fora
preso e levado a uma prisão na Sibéria. No entanto, por causa do seu estado de
hipocondria, ele passou a ser considerado diferente dos outros criminosos.
Através de alguns
testemunhos e da ajuda de Porfíri Pietróvitich, Raskólhnikov cumpriria 8 anos
de prisão com trabalhos forçados.
Pulkihiéria adoecera
física e mentalmente. Quando ela perguntava sobre o filho, Razumíkhim e Dúnia
disseram a ela que Raskólhnikov fora morar numa cidade vizinha por causa de um
emprego, omitindo a verdade para não piorar mais a saúde da enferma.
Tempo depois
Razumíkhim e Dúnia se casaram e, posteriormente, Pulkihiéria chegou a falecer.
Sônia passou a
trabalhar como costureira em algumas empresas, e ela se encontrava com
Raskólhnikov quando ele ia aos campos de trabalho.
Na prisão,
Raskólhnikov passou a ir à igreja do presídio, mas pelo fato dele não dizer a
ninguém o porquê das suas preces, os presos passaram a taxá-lo como ateu para
procurarem confusão com ele.
Raskólhnikov passou a
se dedicar à vida religiosa e ele e Sônia esperariam o dia que sua pena fosse
cumprida para viverem o seu amor.
Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 2: https://bit.ly/3nGXNe2
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 3: https://bit.ly/3um8R3V
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 4: https://bit.ly/3yjKIw5
REFERÊNCIA:
DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural. Suzano. 2003.