Por: Allan de Oliveira.
Introdução
Antes de ser iniciado o resumo é
interessante notar que para a obra Peter Pan, o autor James Barrie se inspirou
em um de seus irmãos que faleceu num acidente aos 10 anos. Esse fato ficou
marcado na mente do autor por ele ter notado que seu irmão foi uma criança que
não chegou a crescer. Além disso, após Barrie ter se casado ele chegou a
brincar com os filhos de um casal em Kensington Gardens e isso também acabou
lhe dando inspiração para escrever “Os meninos náufragos da ilha do Lago
Negro”, considerado o primeiro esboço de Peter Pan. A partir desse esboço, o
autor chega a escrever “O pequeno pássaro branco”, considerado o primeiro livro
com o personagem para depois ele escrever uma peça de sucesso naquela época até
ser escrita a obra “Peter e Wendy” (1911) que se tornou a história da qual
conhecemos e que ganhou grande destaque com o desenho da Disney de 1953 e
alguns longas-metragens como “Hook: A volta do Capitão Gancho” (1991) e versões
mais atuais.
Para ser entendido melhor o
personagem, com o percurso da leitura, nota-se que se trata de um garoto em
busca de uma mãe e quem faz esse papel de mãe tanto para Peter quanto para os
garotos perdidos é Wendy quando vai à Terra do Nunca.
Já a Terra do Nunca, esta é referente
à imaginação por existir apenas nesse campo. Sendo assim, cada criança tem a
sua própria Terra do Nunca de acordo com sua forma de imaginar. Apesar de
existir duas Terras do Nunca. A primeira, onde moravam os garotos perdidos, as
fadas, e Peter Pan, e a segunda onde residiam os piratas e os peles-vermelhas.
O livro ora é narrado em 1ª pessoa,
ora em 3ª. Repleto de humor e fantasia. E como toda literatura infanto-juvenil
há metáforas que servem para reflexões. Como, por exemplo, quando paramos de
sonhar, morremos.
Resumo
A obra se inicia com a Sra. Darling, uma
mulher organizada, preocupada com as contas da casa e como passatempo ela
desenhava bebês, assim nascem os seus filhos (Wendy, João, e Miguel). O que a
meu ver esse detalhe é influenciado na mitologia grega. E como a família era
pobre, a babá-cachorro era quem amamentava os filhos dessa família.
Durante várias noites, a Sra. Darling
abria a cabeça dos filhos para ver o que eles estavam sonhando, procurando arrumar
tudo na mente, como se arrumava uma gaveta:
“A sra. Darling estava arrumando a cabeça dos filhos quando ouviu falar
de Peter Pan pela primeira vez. A noite, depois que as crianças pegam no sono,
as boas mães costumam entrar na cabeça delas e organizá-las para a manhã seguinte,
recolocando nos devidos lugares as muitas coisas que ficaram esparramadas
durante o dia.
Se você conseguisse ficar acordado (mas é claro que não consegue), veria
sua mãe fazer isso e acharia divertido observá-la. É como arrumar gaveta. Você
a veria ajoelhada, suponho, examinando o conteúdo de sua cabeça, tentando
imaginar onde você pegou isso e aquilo, fazendo descobertas agradáveis e outras
nem tanto, encostando alguma coisa no rosto como se fosse um gatinho e
escondendo uma outra qualquer. De manhã, quando você acorda, as travessuras e
as maldades que levou para a cama estão bem dobradas no fundo de sua cabeça,
enquanto no alto, expostos com todo o capricho, estão os seus pensamentos mais
bonitos, prontos para serem usados”. (p. 6)
Nessa busca, a Sra. Darling vasculhou
a mente dos filhos, tendo a oportunidade de conhecer as Terras do Nunca de cada
um. Mas, havia um fenômeno: todos imaginavam Peter Pan. E a mãe achou estranho
haver essa imaginação na mente dos seus três filhos.
Certo dia ao acordar, Wendy dissera
ter visto Peter Pan entrando pela janela, mas a mãe não acreditou. Esse fato
mostra que é como se a imaginação e os sonhos podem se tornarem realidade. E
numa noite a Sra. Darling sonhou com Peter Pan e ao acordar o viu sorrindo para
ela e noutra noite ela viu a sombra dele e a pendurou do lado de fora da janela
do seu quarto pensando que ele viria para buscá-la. Mas, como ele não viera
buscá-la, a Sra. Darling a guardou na gaveta de um móvel em seu quarto, sem dar
muita atenção ao fato.
Wendy tentou procurar pela sombra de
Peter Pan quando as lâmpadas estavam acesas. Porém, com essa busca ela acabou
encontrando a Fada Sininho. Nesse ínterim, surgiu Peter Pan e a fadinha mostrou
ao recém-chegado onde estava sua sombra. O garoto chorava porque tentava
colocar a sombra dele no lugar, mas não teve êxito. No entanto, Wendy o ajudou,
costurando a sombra nele.
Com a aproximação de Wendy e Peter
Pan, Sinhinho se sentia enciumada. E Wendy passa a contar a história da
Cinderela para o garoto. Ele sugeriu levá-la para a Terra do Nunca para ela
contar mais histórias como aquela para os Garotos Perdidos. Com isso, os irmãos
de Wendy acordam e ficam fascinados ao notar que seu novo amigo sabia voar.
Eles perguntam se era possível a eles também fazerem o mesmo e Peter Pan
dissera que para voar era preciso pensar numa coisa boa. Esse detalhe pode ser
referente à imaginação que leva o indivíduo muito além. Os três irmãos ao
conseguirem voar saem pela janela do quarto com Peter e Sininho e quando os
pais que haviam saído chegam, ficam preocupados.
Os garotos voavam e não conseguiam
parar porque Peter Pan não os ensinou como parar e se batiam em tudo por serem
inexperientes ainda. Eles falavam com as estrelas, viam escamas de sereias
grudadas neles e uma série de coisas estranhas.
Ao chegarem à Terra do Nunca, Peter
Pan lhes falou sobre a existência de piratas e dissera que cortara a mão
direita do Capitão Gancho, o chefe dos piratas, e deu a mão para o crocodilo
comer. O Capitão Gancho odiava o garoto por causa disso e, principalmente, por
causa da sua arrogância. Sendo assim, o vilão passou a fazer planos para
capturá-lo, juntamente com os garotos perdidos.
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Leia a 2ª parte do resumo no link
abaixo:
REFERÊNCIA:
BARRIE, J.M. Peter Pan: edição comentada e ilustrada.
São Paulo. Zahar, 2012.
BARRIE, J.M. Peter Pan e Wendy. São Paulo. Zahar, 1988.