CRIME E CASTIGO (Resumo) – 4ª PARTE




Por: Allan de Oliveira.

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No jantar fúnebre de Marmieládov havia bebidas, iguarias e muitas pessoas faziam fila para se servirem. Algumas pessoas elitizadas não compareceram. Ekatierina estava chateada por isso. Sua tosse aumentava por causa da tuberculose. Ao ter visto Raskólhnikov fora desabafar com ele e fazer chacotas ao ter visto Amália Ivânovna, a proprietária daquele prédio, e os camponeses e moradores de rua, enquanto o outro apenas a escutava sem nada dizer.

     

Os camponeses e os moradores de rua se aproveitavam do momento para comer e beber de graça.

 

O percurso da solenidade passou a tomar um rumo de “baixarias”.

 

Ekatierina por sentir raiva da senhoria, ao ter notado que ela não sabia contar anedotas, desatou numa gargalhada que resultou numa discussão entre as duas e Amália cobrou o dinheiro do aluguel que ela devia, mandando-a deixar o apartamento, começado a recolher a prataria que emprestara, surgindo uma grande algazarra. As crianças choravam e Sônia fora amparar a madrasta. Nesse momento, entrou em cena Lújin.

 

Ao aparecer, Lúgin fora abortado por Ekatierina que lhe pedira ajudada para protegê-la. Mas, ele a desprezou, alegando não querer fazer parte daquela discussão, agindo em sua típica maneira boçal, dizendo que tinha de tratar de um assunto com Sônia.

 

Aproveitando do momento, Lújin falou em voz alta, acusando a jovem meretriz de um roubo de uma nota de 100 rublos que lhe pertencia, dizendo que se ela o entregar, o assunto se daria por encerrado; caso contrário, ele levaria o assunto para a polícia. Lújin se dirigindo à Sônia, disse:

 

“- Então eu a chamo por causa da sua pobre madrasta, dou-lhe eu mesmo um auxílio de dez rublos, e a senhora, a senhora, imediatamente, vai e paga-me com semelhante procedimento! Não, isso não está certo!”. (Dostoiévski, 2003. p. 365)

 

Sônia disse que iria devolver os 10 rublos, mas afirmou não ter roubado dinheiro algum.

 

Lújin murmurou no ouvido da senhoria para ela chamar a polícia e o porteiro.

 

“- Eu já sabia que ela era uma ladra! – exclamou Amália Ivânovna esfregando as mãos.

 

- Já sabia? – sublinhou Lujin. – Com certeza deve ter tido algum motivo para pensar assim, antes disto. Pois então lhe peço, respeitável Amália Ivânovna, que não se esqueça das palavras que acaba de pronunciar diante de testemunhas”. (Dostoiévski, 2003. p. 366)

 

Ekatierina apertou Sônia nos braços, pegou os 10 rublos da jovem e os jogou no rosto do acusador, ao passo que esse ficou muito furioso.

 

Curiosos surgiram do lado de fora daquele apartamento para ver o que estava acontecendo.

 

Ekatierina insultou a senhoria por ter acusado Sônia de ladra, dizendo que recorreria ao czar. Fez um escândalo, dando ordens a Lújin para revistar a moça. Ele se recusou e ela mesma sacodiu os bolsos da acusada e, infelizmente, a nota de 100 rublos saltou dos bolsos, parando aos pés de Lújin que mostrou a todos os presentes.

 

Amália Ivânovana gritava “polícia” e expulsava as inquilinas do seu prédio. Ekatierina ao ter visto a nota ficou sem acreditar, abraçava e acariciava a enteada, dizendo que ela tinha um bom coração e não fizera aquilo por mal, mas porque eles estavam em péssimas condições financeiras. Lújin fez um ar de piedade, dizendo que compreendia a atitude da jovem e que a perdoaria. Liebiesiátnikov que estava do lado de fora, escutou a tudo, aparecendo logo em seguida, acusando o seu parceiro de quarto de canalha. Ele contou toda a verdade de que Lújin colocara a nota de propósito nos bolsos de Sônia, provando a inocência da jovem. Dizendo:

 

“- [...] Vi-o muito bem, sou testemunha disso, e declará-lo-ei diante de todos os juízes”. (Dostoiévski, 2003. p. 369)

 

Enfurecido, Lújin dissera ser mentira. No entanto, Raskólhnikov que também estava presente, se meteu na conversa para dizer que Lújin fizera aquilo por sentir raiva dele.

 

A maioria dos presentes ameaçaram Lújin e este usou de argumentos inúteis para a própria defesa. Mas, como a “pressão” para o seu lado estava muito grande, Lújin se retirou do recinto indo a seu apartamento; pegou as suas coisas, saindo, imediatamente, do prédio.

 

A discursão entre Amália e Ekatierina continuava e Ekatierina  dissera que iria procurar a justiça para lutar por seus direitos.

 

Transtornada Sônia saíra dali, indo ao local onde morava.

 

Raskólhnikov aproveitou para ir à pensão onde Sônia morava para conversar com ela sobre sua proposta para eles morarem juntos e ele revelar sobre o assassinato de Lisavieta. Ao vê-lo, Sônia correra a seus braços. Raskólhnikov perguntou a Sônia sobre a proposta, mas essa dissera que não haveria condições.

 

Através de pistas, Raskólhnikov fez Sônia descobrir que fora ele mesmo quem cometera os assassinatos. Ela não entendia o porquê dele ter sido o causador da tragédia. Raskólhnikov dissera que matou para roubar, mas não pretendia matar Lisavieta. Ele comentou sobre a má situação financeira da família, das más condições de trabalho da irmã, e o fato dele mesmo ter abandonado a universidade por não poder mais pagar. Quando ele se referiu às vítimas, dizia:

 

“- [...] eu só matei um piolho, Sônia, e um piolho inútil, repugnante, prejudicial”. (Dostoiévski, 2003. p. 386)

 

Mas ele revelou sobre certo arrependimento, perguntando a Sônia o que ele deveria fazer. Ela dissera que seria necessário a ele se redimir perante Deus e se entregar à justiça, ele, claro, se recusou.

 

“Estavam os dois sentados, um junto do outro, tristes e extenuados, como se tivessem sido lançados, depois de uma tempestade, para uma margem deserta. Ele olhava Sônia e sentia quanto amor havia nela e, coisa estranha, de repente tornou-se-lhe doloroso que ela o amasse tanto. Sim, era um sentimento estranho e espantoso!”. (Dostoiévski, 2003. p. 390)

 

Sônia deu um crucifixo a Raskólhnikov e este o aceitou sem recusar. Nesse momento, Liebiesiátnikov apareceu.

 

Liebiesiátnikov fora avisar a Sônia que Ekatierina levou uma surra ao procurar o chefe de polícia, Siemion Zakháritch que estava na casa de um general, ela o insultou. A receptora daquela trágica informação passou a se preocupar mais do que já estava, indo à procura da madrasta. Os dois homens foram atrás dela. Mas, Raskólhnikov seguiu para sua casa.

 

Em casa, Raskólhnikov ficou a pensar em Sônia. Dúnia aparecera, dizendo que Razumíkhim lhe contara sobre as ameaças e suspeitas que ele havia sofrido, apoiando-o para o que mais precisasse depois ela saíra. Após Dúnia ter-se ido, Raskólhnikov encontrou novamente Liebiesiátnikov. Este dissera que Ekatierina estava na ponte com seus filhos e os obrigava a dançarem na rua para conseguir esmolas, e quando eles não dançavam direito, batia neles. Além disso, acontecia uma grande correria e pretendiam levá-la ao comissariado.

 

Sônia seguia a madrasta, pedindo-lhe para voltar para casa, mas Ekatierina não a ouvia e berrando:

 

“[...] – E quero que toda a cidade de Petersburgo veja como andam pedindo esmola os filhos dum pai honesto, que toda a sua vida serviu lealmente e com fidelidade ao Estado, e que, pode dizer-se, morreu ao serviço. [...] Que o veja, que o veja esse antipático generalzinho”. (Dostoiévski, 2003. p. 397)

 

Ekatierina ao ver Raskólhnikov se lamentava, dizendo que um general a maltratara. Ela continuava a obrigar os filhos a cantar em francês para mostrar ao público que vinha de família nobre e tinha bons costumes.

 

Um guarda que estava presente na multidão entregou a Ekatierina uma nota de 3 rublos. Ela o agradeceu. Depois um funcionário do Estado apareceu, dizendo que era proibido ela fazer o que fazia.

 

Kólia e Liena, filhos de Ekatierina, ao verem o guarda, pensaram que ele os levaria e eles fugiram. Ekatierina correu atrás deles e Sônia e Pólietchka atrás dela. Ao correr, Ekatierina tropeçou numa pedra e caiu. Por causa da tuberculose que sofria, uma poça de sangue se formou em sua boca. Era o sangue que saíra era dos seus pulmões.

 

Sônia estava desesperada e sugeriu levarem Ekatierina à sua casa. O funcionário e o guarda transportaram a moribunda para o local, enquanto os curiosos ficavam olhando os acontecimentos. Um padre chegou ao local. Ekatierina estava em delírios e faleceu. Sônia e as crianças choravam. De repente um diploma de honra surgiu ao lado da falecida.

 

Svidrigáilov aparecera, dizendo que arcará com as despesas do enterro, do funeral, e colocará os órfãos num orfanato, bem como dará à Sônia mil e quinhentos rublos por mês. Ele chamou Raskólhnikov a um canto do quarto para lhe dizer:

 

“- [...] Olhe, aquela não era um piolho – e apontou com o dedo para o canto onde jazia a morta – como qualquer velhota usurária.”. (Dostoiévski, 2003. p. 404)

 

Raskólhnikov estremecera ao ouvir e este lhe perguntou como ele sabia daquilo e Svidrigáilov disse que estava residindo temporariamente no outro cômodo.

  

(Continua)

 

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 2: https://bit.ly/3nGXNe2

 

Crime e Castigo (Resumo) – Parte 3: https://bit.ly/3um8R3V


Crime e Castigo (Resumo) – Parte 5: https://bit.ly/3P4zJxv

 

 

REFERÊNCIA:

 

DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural. Suzano. 2003.



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Escritor, pesquisador, blogueiro, e Youtuber que visa através deste blog a circulação de textos próprios, bem como o de pessoas amigas, no intuito de incentivar as artes que há dentro de cada um de nós, e também a divulgação de culturas em geral. Contato: contatoallandeoliveira@gmail.com

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