Por: Allan de Oliveira.
contatoallandeoliveira@gmail.com
No jantar fúnebre de
Marmieládov havia bebidas, iguarias e muitas pessoas faziam fila para se
servirem. Algumas pessoas elitizadas não compareceram. Ekatierina estava
chateada por isso. Sua tosse aumentava por causa da tuberculose. Ao ter visto
Raskólhnikov fora desabafar com ele e fazer chacotas ao ter visto Amália
Ivânovna, a proprietária daquele prédio, e os camponeses e moradores de
rua, enquanto o outro apenas a escutava sem nada dizer.
Os camponeses e
os moradores de rua se aproveitavam do momento para comer e beber de
graça.
O percurso da
solenidade passou a tomar um rumo de “baixarias”.
Ekatierina por sentir
raiva da senhoria, ao ter notado que ela não sabia contar anedotas, desatou
numa gargalhada que resultou numa discussão entre as duas e Amália cobrou o
dinheiro do aluguel que ela devia, mandando-a deixar o apartamento, começado a
recolher a prataria que emprestara, surgindo uma grande algazarra. As crianças
choravam e Sônia fora amparar a madrasta. Nesse momento, entrou em cena Lújin.
Ao aparecer, Lúgin
fora abortado por Ekatierina que lhe pedira ajudada para protegê-la. Mas, ele a
desprezou, alegando não querer fazer parte daquela discussão, agindo em sua
típica maneira boçal, dizendo que tinha de tratar de um assunto com Sônia.
Aproveitando do
momento, Lújin falou em voz alta, acusando a jovem meretriz de um roubo de uma
nota de 100 rublos que lhe pertencia, dizendo que se ela o entregar, o assunto
se daria por encerrado; caso contrário, ele levaria o assunto para a polícia.
Lújin se dirigindo à Sônia, disse:
“- Então eu a chamo
por causa da sua pobre madrasta, dou-lhe eu mesmo um auxílio de dez rublos, e a
senhora, a senhora, imediatamente, vai e paga-me com semelhante procedimento!
Não, isso não está certo!”. (Dostoiévski, 2003. p. 365)
Sônia disse que iria
devolver os 10 rublos, mas afirmou não ter roubado dinheiro algum.
Lújin murmurou no
ouvido da senhoria para ela chamar a polícia e o porteiro.
“- Eu já sabia que
ela era uma ladra! – exclamou Amália Ivânovna esfregando as mãos.
- Já sabia? –
sublinhou Lujin. – Com certeza deve ter tido algum motivo para pensar assim,
antes disto. Pois então lhe peço, respeitável Amália Ivânovna, que não se
esqueça das palavras que acaba de pronunciar diante de testemunhas”. (Dostoiévski, 2003. p. 366)
Ekatierina apertou
Sônia nos braços, pegou os 10 rublos da jovem e os jogou no rosto do acusador,
ao passo que esse ficou muito furioso.
Curiosos surgiram do
lado de fora daquele apartamento para ver o que estava acontecendo.
Ekatierina insultou a
senhoria por ter acusado Sônia de ladra, dizendo que recorreria ao czar. Fez um
escândalo, dando ordens a Lújin para revistar a moça. Ele se recusou e ela
mesma sacodiu os bolsos da acusada e, infelizmente, a nota de 100 rublos saltou
dos bolsos, parando aos pés de Lújin que mostrou a todos os presentes.
Amália Ivânovana
gritava “polícia” e expulsava as inquilinas do seu prédio. Ekatierina ao ter
visto a nota ficou sem acreditar, abraçava e acariciava a enteada, dizendo que
ela tinha um bom coração e não fizera aquilo por mal, mas porque eles estavam
em péssimas condições financeiras. Lújin fez um ar de piedade, dizendo que
compreendia a atitude da jovem e que a perdoaria. Liebiesiátnikov que estava do
lado de fora, escutou a tudo, aparecendo logo em seguida, acusando o seu
parceiro de quarto de canalha. Ele contou toda a verdade de que Lújin colocara
a nota de propósito nos bolsos de Sônia, provando a inocência da jovem.
Dizendo:
“- [...] Vi-o muito
bem, sou testemunha disso, e declará-lo-ei diante de todos os juízes”. (Dostoiévski, 2003. p. 369)
Enfurecido, Lújin
dissera ser mentira. No entanto, Raskólhnikov que também estava presente, se
meteu na conversa para dizer que Lújin fizera aquilo por sentir raiva dele.
A maioria dos
presentes ameaçaram Lújin e este usou de argumentos inúteis para a própria
defesa. Mas, como a “pressão” para o seu lado estava muito grande, Lújin se
retirou do recinto indo a seu apartamento; pegou as suas coisas, saindo,
imediatamente, do prédio.
A discursão entre
Amália e Ekatierina continuava e Ekatierina dissera que iria
procurar a justiça para lutar por seus direitos.
Transtornada Sônia
saíra dali, indo ao local onde morava.
Raskólhnikov
aproveitou para ir à pensão onde Sônia morava para conversar com ela sobre sua
proposta para eles morarem juntos e ele revelar sobre o assassinato de
Lisavieta. Ao vê-lo, Sônia correra a seus braços. Raskólhnikov perguntou a
Sônia sobre a proposta, mas essa dissera que não haveria condições.
Através de pistas,
Raskólhnikov fez Sônia descobrir que fora ele mesmo quem cometera os
assassinatos. Ela não entendia o porquê dele ter sido o causador da tragédia.
Raskólhnikov dissera que matou para roubar, mas não pretendia matar Lisavieta.
Ele comentou sobre a má situação financeira da família, das más condições de
trabalho da irmã, e o fato dele mesmo ter abandonado a universidade por não
poder mais pagar. Quando ele se referiu às vítimas, dizia:
“- [...] eu só matei
um piolho, Sônia, e um piolho inútil, repugnante, prejudicial”. (Dostoiévski, 2003. p. 386)
Mas ele revelou sobre
certo arrependimento, perguntando a Sônia o que ele deveria fazer. Ela dissera
que seria necessário a ele se redimir perante Deus e se entregar à justiça,
ele, claro, se recusou.
“Estavam os dois
sentados, um junto do outro, tristes e extenuados, como se tivessem sido
lançados, depois de uma tempestade, para uma margem deserta. Ele olhava Sônia e
sentia quanto amor havia nela e, coisa estranha, de repente tornou-se-lhe
doloroso que ela o amasse tanto. Sim, era um sentimento estranho e espantoso!”. (Dostoiévski, 2003. p. 390)
Sônia deu um
crucifixo a Raskólhnikov e este o aceitou sem recusar. Nesse momento,
Liebiesiátnikov apareceu.
Liebiesiátnikov fora
avisar a Sônia que Ekatierina levou uma surra ao procurar o chefe de polícia,
Siemion Zakháritch que estava na casa de um general, ela o insultou. A
receptora daquela trágica informação passou a se preocupar mais do que já
estava, indo à procura da madrasta. Os dois homens foram atrás dela. Mas,
Raskólhnikov seguiu para sua casa.
Em casa, Raskólhnikov
ficou a pensar em Sônia. Dúnia aparecera, dizendo que Razumíkhim lhe contara
sobre as ameaças e suspeitas que ele havia sofrido, apoiando-o para o que mais
precisasse depois ela saíra. Após Dúnia ter-se ido, Raskólhnikov encontrou
novamente Liebiesiátnikov. Este dissera que Ekatierina estava na ponte com seus
filhos e os obrigava a dançarem na rua para conseguir esmolas, e quando eles
não dançavam direito, batia neles. Além disso, acontecia uma grande correria e
pretendiam levá-la ao comissariado.
Sônia seguia a
madrasta, pedindo-lhe para voltar para casa, mas Ekatierina não a ouvia e
berrando:
“[...] – E quero que
toda a cidade de Petersburgo veja como andam pedindo esmola os filhos dum pai
honesto, que toda a sua vida serviu lealmente e com fidelidade ao Estado, e
que, pode dizer-se, morreu ao serviço. [...] Que o veja, que o veja esse
antipático generalzinho”. (Dostoiévski, 2003. p. 397)
Ekatierina ao ver
Raskólhnikov se lamentava, dizendo que um general a maltratara. Ela continuava
a obrigar os filhos a cantar em francês para mostrar ao público que vinha de
família nobre e tinha bons costumes.
Um guarda que estava
presente na multidão entregou a Ekatierina uma nota de 3 rublos. Ela o
agradeceu. Depois um funcionário do Estado apareceu, dizendo que era proibido
ela fazer o que fazia.
Kólia e Liena, filhos
de Ekatierina, ao verem o guarda, pensaram que ele os levaria e eles fugiram.
Ekatierina correu atrás deles e Sônia e Pólietchka atrás dela. Ao correr,
Ekatierina tropeçou numa pedra e caiu. Por causa da tuberculose que sofria, uma
poça de sangue se formou em sua boca. Era o sangue que saíra era dos seus
pulmões.
Sônia estava desesperada
e sugeriu levarem Ekatierina à sua casa. O funcionário e o guarda transportaram
a moribunda para o local, enquanto os curiosos ficavam olhando os
acontecimentos. Um padre chegou ao local. Ekatierina estava em delírios e
faleceu. Sônia e as crianças choravam. De repente um diploma de honra surgiu ao
lado da falecida.
Svidrigáilov
aparecera, dizendo que arcará com as despesas do enterro, do funeral, e
colocará os órfãos num orfanato, bem como dará à Sônia mil e quinhentos rublos
por mês. Ele chamou Raskólhnikov a um canto do quarto para lhe dizer:
“- [...] Olhe, aquela
não era um piolho – e apontou com o dedo para o canto onde jazia a morta – como
qualquer velhota usurária.”. (Dostoiévski, 2003.
p. 404)
Raskólhnikov
estremecera ao ouvir e este lhe perguntou como ele sabia daquilo e Svidrigáilov
disse que estava residindo temporariamente no outro cômodo.
(Continua)
Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 2: https://bit.ly/3nGXNe2
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 3: https://bit.ly/3um8R3V
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 5: https://bit.ly/3P4zJxv
REFERÊNCIA:
DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural. Suzano. 2003.