Por: Allan de Oliveira.
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Raskólhnikov passou a
noite em claro. Após se lembrar de que estava com os objetos roubados,
escondeu-os num buraco que havia num canto do quarto e os jogaria fora para não
deixar provas. Afinal de contas, o que lhe interessava era o dinheiro. Ficou
preocupado porque em partes da roupa da sua roupa e os bicos das botas estavam
manchados de sangue. Nesse momento, Nastássia gritava do lado de fora para ele
abrir a porta. Ela estava acompanhada do porteiro. Raskólhnikov abriu a porta e
o porteiro lhe entregou um documento da polícia que o chamava urgentemente para
comparecer ao departamento de polícia naquele dia. Dirigiu-se à polícia e ao
apresentar o documento a um dos policiais um deles falava gritando e reclamando
pelo fato dele chegar com atraso de mais de uma hora. Tratava-se da dívida que
tinha com a dona do pensionato.
Ao sair da delegacia,
Raskólhnikov ficou paranoico porque as pessoas o olhavam quando passava. Pegou
os objetos roubados e os enterrou. Pensou em seu amigo Razumíkhin e fora vê-lo.
Razumíkhin notou que Raskólhnikov estava adoentado. Com o percurso da conversa,
o amigo pedira a Raskólhnikov ajudá-lo em algumas traduções de livros para os
dois ganharem algum dinheiro. O recém-chegado pegou o dinheiro, as folhas para
traduzir e se retirou, enquanto o outro o chamava e ele não lhe dava atenção.
De volta às ruas,
Raskólhnikov levou uma chicotada nas costas de um cocheiro que passava por ali,
insinuando que ele atrapalhava a passagem dos cavalos. Algumas pessoas diziam:
“- Foi bem feito!
- Deve ser algum
vadio!
- Por certo que se
fingiu bêbado e se atirou de propósito para debaixo das rodas para pedir depois
uma indenização...
- Há quem viva disso,
há quem viva disso...”. (DOSTOIÉVSKI, 2003. p. 110 e seg.)
Uma senhora,
acompanhada de uma jovem, deu a Raskólhnikov uma moeda por considerá-lo um
mendigo. Depois ele fora para casa e dormiu.
Raskólhnikov teve
alucinações durante a noite por conta da febre, enquanto Nastássia cuidava
dele. Dias depois, algumas pessoas foram visitá-lo, dentre essas pessoas havia
as que zombavam do rapaz. Após as pessoas se retirarem, Nastássia voltou com um
caixeiro de uma loja, enquanto a senhoria espreitava na porta. Ao ver que o
rapaz acordara, a senhoria se retirou, no momento em que Razumíkhin entrara.
Raskólhnikov estava por quatro dias naquele estado, sem comer. Razumíkhin
perguntou ao caixeiro o porquê da sua visita e esse lhe dissera que precisava
entregar um dinheiro ao enfermo que fora enviado pela mãe. Depois de cumprir
sua missão o caixeiro se retirou e Nastássia servia a comida cedida pela
senhoria. Por incrível que pareça, após a sua forte febre, Raskólhnikov passou
a ser tratado com mais consideração pela dona da pensão. Ela passou a mandar
Nastácia levar para ele pratos mais consideráveis, dando a ele uma maior
atenção. Razumíkhim levou roupas ao amigo, dizendo que ele delirou nos dias em
que esteve desacordado. Este havia se preocupado ao pensar como foram os
delírios, talvez pudesse ter dito algo que não devia ter dito. Razumíkhin
assumiu o lugar de Nastássia para servir o amigo. Disse que quando estava
delirando ele comentou sobre uns brincos e uma bota. Isso preocupou
Raskólhnikov. Razumíkhin se retirou por um tempo e Raskólhnikov sozinho e
paranoico vasculhou a roupa à procura de vestígios. Tempo depois, Razumíkhin
retornou com umas roupas que comprou com parte do dinheiro entregue pelo
caixeiro, vestindo Raskólhnikov sem a sua vontade. Zósimov, o médico, entra em
cena.
Razumíkhin e Zósimov
passaram a comentar sobre o assassinato de Alíona Ivânovna e que havia
suspeitos, os pintores de paredes, Kotch e Priestriakov, bem como o fato de um
homem chamado Nikolai disse ter achado um estojo com brincos para penhorar com
o dono de uma taberna. Como descobriram que um dos pintores achara os brincos,
a polícia passou a considerar Kotch como suspeito do duplo homicídio.
Apareceu um homem na
porta do quarto de Raskólhnikov a sua procura. Era Lújin que fora se apresentar
como namorado da irmã dele. A conversa continuou nos assassinatos, sendo
afirmada que fora praticado por um dos clientes da usurária e que Kotch dera os
nomes de alguns para serem interrogados, além de haver nomes de alguns nos objetos
empenhados.
Ouve um momento em
que Raskólhnikov insultou Lújin ao lhe dizer:
“- É verdade que o
senhor disse à sua noiva... no próprio instante em que obteve o seu
consentimento, que aquilo que lhe agradava acima de tudo era... o fato de ela
ser pobre... porque é preferível casar com uma mulher pobre para ter domínio
sobre ela...”. (DOSTOIÉVSKI, 2003. p. 145)
Lújin se enraivou, se
retirando imediatamente dali. Depois, Raskólhnikov expulsou os outros e ao se
retirarem, imaginaram que a ira do rapaz fora causada pelo fato de Lújin ter de
se casar com Dúnia.
O doente se dirigiu
para o Mercado do Feno, encontrando lá uma adolescente de 15 anos que cantava
na rua, acompanhada por um músico. Raskólhnikov passeou pela cidade até ir a
uma taverna. Pediu chá e jornais, e avistou Zamiótov. Esse ao tê-lo visto,
aproximou-se para ter uma conversa. Conversaram sobre falsificadores de
dinheiro, bem como sobre o assassinato das duas mulheres. Raskólhnikov
perguntou ao outro:
“- E se fosse eu quem
tivesse assassinado a velha e Lisavieta? – exclamou de repente, e... recuperou
a sua lucidez.
Zamiótov olhou para
ele assustado e ficou lívido. O seu rosto simulou um sorriso.
- Mas será possível?
– exclamou com uma voz quase imperceptível.
Raskólhnikov
lançou-lhe um olhar de ódio.
- Confesse que
acreditava – disse por fim, fria e ironicamente. – Ai, não! Ai, não!
- De maneira nenhuma!
Agora menos do que nunca! Declarou Zamiótov precipitadamente.
- Acabou por cair na
armadilha! O melro branco foi apanhado! Donde se conclui que, se agora não o
crê menos do que nunca, é porque, dantes, acreditava nisso.
- Nada disso, nada
disso! – exclamou Zamiótov, visivelmente sobressaltado. – Foi o senhor quem me
assustou e me levou para esse campo”. (DOSTOIÉVSKI, 2003. p. 156)
Raskólhnikov pagou a
conta e saiu. Na porta do estabelecimento encontrou Razumíkhin que ao vê-lo
fora de casa lhe repreendeu, enquanto ele se irritou, e isto fez gerar uma
discursão entre os dois. No entanto, Razumíkhin o convidou para jantar na casa
de um tal Potchinkov.
Raskólhnikov se
retirou, ficando parado na Ponte de K... Instantes depois, uma mulher parou ao
seu lado e se jogou nas águas sujas do canal. As pessoas se apavoraram e outra
mulher dizia:
“- Estava perdida de
bêbada, bátiuchki, perdida de bêbada! – aquela voz de mulher soava já junto de
Afrossíniuchka. – Já tinha querido enforcar-se e tiraram-na da corda. Eu,
agora, tinha ido à loja e recomendei à moça que não a perdesse de vista... e
vejam como esta desgraça aconteceu... É nossa vizinha, bátiuchki; vive perto de
nós, no segundo prédio, lá ao fundo, ali...”. (DOSTOIÉVSKI, 2003. p. 160)
Raskólhnikov se
retirou dali, entrando no prédio onde morava as senhoras assassinadas. Dirigiu-se
ao apartamento delas, encontrando dois homens que reformavam o local. Ao ter
feito perguntas a eles, por conta dos seus trajes, Raskólhnikov sofreu
discriminação, sendo expulso do prédio. Logo mais na rua, viu um grupo de
pessoas e se aproximou para ver do que se tratava. Marmieládov fora atropelado
por uma carruagem.
Raskólhnikov sugeriu
aos policiais levar o moribundo ao edifício, dizendo que pagaria o médico. As
pessoas acompanham. Chegaram o médico e o padre. O moribundo falecera nos
braços de Sônia, e sua esposa demonstrou certa satisfação com a morte do
esposo. Raskólhnikov tinha a pretensão em ajudar aquela família.
Ekatierina Ivânovna
era uma mulher que sofria de tuberculose. Raskólhnikov entregou 20 vinte rublos
para ela e se retirou. Pólienkha, uma das filhas pequenas de Ekatierina o fora
agradecer à pedido da mãe e de Sônia. Raskólhnikov se dirigiu ao apartamento de
Razumíkhin. Lá se encontrava 15 pessoas que estavam em reunião. Razumíkhin
resolveu deixá-lo em casa por saber que ele estava muito fraco. Lá chegando,
encontraram a mãe e a irmã de Raskólhnikov e este desmaiou ao vê-las.
(Continua)
Crime e Castigo (Resumo) – Parte 1: https://bit.ly/3OIXWK7
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 3: https://bit.ly/3um8R3V
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 4: https://bit.ly/3yjKIw5
Crime e
Castigo (Resumo) – Parte 5: https://bit.ly/3P4zJxv
REFERÊNCIA:
DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. São Paulo. Nova Cultural.
Suzano. 2003.